Em 26 de Abril de 2018, chegava aos cinemas o filme mais
aguardado do ano, aquela produção que culminava um projeto audacioso de dez
anos e dezoito filmes, a maior junção de super-heróis de todos os tempos, mas
que passaria longe de ser o ponto final da era de ouro criado com determinação
e afinco por Kevin Feige e toda a sua equipe criativa dentro do Marvel Studios,
mas por mais que seja uma recompensa maravilhosa para os fãs, Vingadores:
Guerra Infinita não escapa de trazer algumas decepções consigo.
Sinopse: “Thanos (Josh Brolin) enfim chega à Terra,
disposto a reunir as Joias do Infinito. Para enfrentá-lo, os Vingadores
precisam unir forças com os Guardiões da Galáxia, ao mesmo tempo em que lidam
com desavenças entre alguns de seus integrantes”.
A primeira cena do longa é uma continuação direta de
Thor: Ragnarok e parece ser uma alerta ao espectador para o que o espera ao
longo da projeção, um ar mais melancólico mesmo quando o riso é produzido,
talvez o único momento mais alegre do longa sejam alguns poucos segundos onde
vemos pela primeira vez a equipe dos Guardiões da Galáxia, mas acaba ali e
muito rápido. A produção é mais escuro e triste em todos os lugares com exceção
de uma brilhante Wakanda, a câmera dos irmãos Russo se mostra inquieta,
auxiliando na fabricação da tensão que vemos em tela, seja nos seus ângulos,
falta de estática ou close-ups precisos em rostos desolados.
Alias a direção dos Irmãos Russo, é um acerto, eles
conseguem respeitar todos os filmes produzidos pela Marvel, até mesmo o clima único
e destoante dos Guardiões, a nova vibe de Thor e a seriedade de Pantera Negra,
o que faz com que todo o elenco sem exceção, se sinta completamente confortável.
Com um numero absurdo de personagens, nem todos conseguem um bom tempo de tela,
e alguns personagens como Falcão, Groot ou Soldado Invernal, acabam por
aparecer mais nos momentos de ação junto com o resto. Porém, nem isso tira o
peso de suas participações, já que basicamente todo personagem é bem explorado
se o espectador estiver a par de todos os filme que culminaram nesse encontro.
Os destaques ficam por conta de Homem de Ferro (Robert
Downey Jr.) que deu o pontapé inicial nisso tudo, a evolução do seu personagem
é impressionante há algumas produções, assisti-lo interpretar ao lado de Doutor
Estranho (Benedict Cumberbatch) e Senhor das Estrelas (Chris Pratt) dão uma
sensação de novidade e curiosidade pelas diferentes características de cada um.
Vemos em cena um Capitão América (Chris Evans) mais maduro e confiante de suas
atitudes e opiniões, livre das amarras que o prendiam com o passado, Thor
(Chris Hemsworth) é o grande destaque, depois de se libertar e encontrar um
caminho no humor, o herói ficou muito mais interessantes, divertido e carismático,
e a química com Rocket Racoon (Bradley Cooper) é sensacional.
Apesar de muitos acertos, o filme não esta livre de
alguns pecados, e alguns personagens que acabam por ser uma metralhadora de
frases de efeito, o roteiro não é espetacular, mas cumpre o seu papel, algumas
falhas são notáveis, principalmente no que rege a busca de Thanos (Josh Brolin)
pelas jóias do infinito por meio de sua armada das trevas conhecidos como Ordem
Negra, o que não chega a prejudicar o filme, mas pode fazer quem esta
assistindo o filme se questionar algumas vezes, o vilão prometia ser o maior
vilão do universo e desempenha um trabalho excelente ao longo da produção, mas
ainda não chega aos pés de Killmonger (Michael B. Jordan) em Pantera Negra.
Apesar de suas motivações serem entendíveis, a sua amoralidade afasta o publico
de criar algum laço de empatia com ele, ainda assim o louco Titã é um vilão
digno e uma evolução enorme do universo Marvel nos cinemas.
Vingadores: Guerra Infinita é uma das produções mais
audaciosas já vistas nos cinemas, unir sessenta e quatro heróis em tela, em uma
narrativa desenvolvida ao longo de dez anos e dezoito filme, não é para
qualquer um, a produção é um presente ao espectador engajado que a cada novo
lançamento corre para as salas de cinemas, para buscar novas peças para o
quebra-cabeça desenvolvimento por Kevin Feige, é uma pena não ser o final de
uma era, pois seria uma conclusão belíssima, abrindo possibilidades corajosas
para um futuro ainda mais audacioso nos cinemas, mas como aquele não é o final,
o longa diverte a fanáticos e aquele publico que somente busca uma válvula de
escape desse mundo cada vez mais desinteressante.
Comentários
Postar um comentário