Transformers: O Último Cavaleiro - Crítica



            Falar mal de uma franquia que chega ao seu quinto filme, sem demonstrar perda de folego junto ao seu publico, com os números nas bilheterias mundiais estáveis parecem demonstrar a força de Michael Bay cada vez mais inventivo no uso do 3D e IMAX a seu favor, dando certeza aos produtores que o que esta na tela esta funcionando, sem ter a preocupação com a história que entrega ou com coesão de roteiro, uma vez que o sucesso é praticamente garantindo com uma formula que soma carros robôs gigantes e explosões cada vez maiores, nesse tipo de circunstância críticos de cinema como esse que vos escreve é uma batalha ingrata, pois o que é assistido na grande tela (enorme já que foi em IMAX) é um acumulo de historias em uma produção de 2h30min que não tem nem pé nem cabeça, mas a formula de sucesso dos filmes anteriores esta em Transformers: O Ultimo Cavaleiro, que eu fui assistir ontem à noite a convite do Shopping Bourbon Wallig na incrível sala IMAX/3D.

            O quinto filme da saga Transformers dá muitos motivos para falarmos mal sendo uma longa que não tem inúmeros argumentos contrários a produção em si, desde o roteiro até a sua confusa concepção visual a partir de uma direção megalomaníaca que a cada nova explosão mais coisas joga em nossas caras através do artificio da terceira dimensão, a pergunta mais difícil de responder é entender o sucesso mundial da franquia que possui uma força de apelo popular tão grande para levar tanta gente aos cinemas e garantir sempre o próximo capitulo da saga. Parece que uma coisa implica outra como se a baixa qualidade esta totalmente ligada a garantia de um publico comedor de pipoca que vai ao cinema somente para ter umas horas de entretenimento, a definição desse filme é a completa falta de responsabilidade na sua criação como se tudo fosse colocado em tela com a certeza absoluta que o espectador sairá da sala de cinema satisfeito com o espetáculo visual e sem nenhum tipo de reflexão sobre a profundidade dos seres humanos refletidos no meios dos carros robôs gigantes.


            Um grande exemplo dessas irresponsabilidades narrativas esta na utilização de câmeras diferentes sem motivo nenhum, o que evidencia na verdade mais erros do que acertos do filme, pois de um plano para outro é possível notar uma grande diferença entre a qualidade das imagens, alterando até o aspecto da tela que vezes aparece com borda e outras em tela cheia, a confusão de imagens criado por Michael Bay durante a projeção causa incomodo aos olhos mais atentos. Infelizmente essa confusão não esta somente nas imagens gravadas, mas na narrativa também aparenta ser uma colcha de retalhos de filmes de ação que já deram certo, mas sem nada que os conecte de uma trama a outra, elas são simplesmente atiradas em nós de qualquer forma.


            Como o titulo deixa evidente o longa aponta para uma influencia dos Transformers na antiguidade, mais precisamente a do Rei Arthur, sim o da távola redonda se você esta se perguntando qual Arthur, onde nos é informado que o cajado de Merlin é a arma para evitar uma ameaça interplanetária nos dias de hoje, se com uma premissa dessas já parece uma sci-fi pastelão, o filme ainda coloca uma série de investidas narrativas sem desenvolvimento algum, tem uma situação que coloca os autobots como ilegais no mundo exceto em Cuba, onde somos apresentados a uma garota Izabella (Isabela Moner) que vê os robôs como sua família, Cade (Mark Whalberg) escolhido para completar a missão sem esquecer que ele é um dos homens mais procurados do mundo e até a trajetória de Vivian (Laura Haddock) uma professora universitária de historia que descobre ser uma herdeira de Merlin, atalhos narrativos pobres e preguiçosos que cansam ao longo da projeção.


            Assim sendo Transformers: O Ultimo Cavaleiro não chama atenção pelos feitos como produção cinematográfica, mas chama atenção como as pessoas tem interesse por um tipo de filme com qualidade narrativa tão baixa, onde somente o espetáculo visual e poluição sonora contam, milhares de imagens por minutos em uma tela gigantesca carregadas em cima de estímulos mentais como explosões, músculos, carros voando deixando completamente de lado a fluidez do filme ou preocupação em desenvolver algum daqueles personagens totalmente descartáveis no longa, que encontra espação para uma distração boba através de um humor fácil baseado em tiradas cômicas, ou até mesmo a sexualização da sua única personagem feminina maior de idade encarnando a intelectual sexy,  o que sobra ao final do filme é somente os efeitos especiais que cada vez parece mais impressionantes e a pergunta de como uma produção dessas continua a ser disseminada por tantos anos sem qualquer qualidade intelectual ou narrativa.


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