A Grande Jogada - Crítica



            A tão esperada estreia de um dos melhores roteiristas dos últimos tempos aconteceu em A Grande Jogada, filme que marca a estreia de Aaron Sorkin atrás das câmeras no comando de uma obra cinematográfica, especialista em criar estratégias para envolver e manipular as pessoas para se entregarem emocionalmente e psicologicamente por completo em suas narrativas, não a toa ele escolhe o mundo dos jogos e suas artimanhas para debutar seu trabalho autoral, mas o que nota no conjunto final é uma incompreensão justamente daquele que mais parece ser a sua principal característica no oficio.

            Sinopse: Após perder a chance de participar dos Jogos Olímpicos devido a uma fatalidade que resultou em um grave acidente, a esquiadora Molly Bloom (Jessica Chastain) decide tirar um ano de folga dos estudos e ir trabalhar como garçonete em Los Angeles. Lá conhece Dean Keith (Jeremy Strong), um produtor de cinema que decide contratá-la como assistente. Logo Molly passa a coordenar jogos de cartas clandestinos, organizados por Dean, que conta com clientes muito ricos e famosos. Fascinada com o ambiente e a possibilidade de enriquecer facilmente, Molly começa a prestar atenção a todos os detalhes para que ela própria possa organizar jogos do tipo.



            O filme conta a historia de Molly, uma ex-atleta de esqui que ainda muito jovem sofre uma grave contusão, partindo para uma nova vida, ela descobre na costa Oeste americana o excitante meio dos jogos de pôquer, quase clandestinos, habitados por figurões como artistas de cinema, empreendedores, empresários e homens cheios de dinheiro, assim é interessante ver o pôquer e a historia dessa personagem como a escolha para a estreia de Sorkin na direção de uma produção, uma obra sustentada nos pilares daquele jogo de cartas, que tem como objetivo levar oponente a acreditar que ele tem sempre uma mão pior, um jogo que provavelmente fara ele perder tudo, ou acreditar que aquele jogo é suficientemente poderoso para vencer a sua mão e assim mais uma vez perder aquelas fichas.

            A grande questão é que no filme, o que esta no jogo não é um comentário sobre a própria condição do roteiro e seus artifícios, nem sobre a relação entre a manipulação do jogo e de um próprio filme, mas é como esse envolvimento pode estar ligado a uma jornada hegemônica, de uma volta por cima, uma narrativa edificante, onde a personagem encontraria redenção, o blefe do jogo não combina com o tom edificante que aquele desenvolvimento narrativo se propõe, assim como em outros roteiros conhecidos de Sorkin, há uma relação conflitante entre o que se faz na vida profissional e aquilo que se vê no âmbito privado.


            A Grande Jogada com certeza absoluta é um elogio sobre a complexidade daquele jogo, mas isso não significa que o longa seja complexo, muito pelo contrario, é difícil ver em cena a diferença que todas as informações resultam no drama e nas emoções daquela protagonista, personagem muito bem interpretada por Jessica Chastain que juntamente a Idris Elba fazem a câmera e a edição proposta pelo cineasta estreante serem mais acalmadas, mesmo com um material humano tão forte e potente, Sorkin prefere as informações em excesso sobre o pôquer e os apressados desenvolvimentos no âmbito pessoal daquela personagem tão interessante, cacoetes de um roteirista que pode muito bem ter caído em um blefe, acreditando que sabe todos os artifícios narrativos inserindo duas dimensão daquela narrativa que em momento algum combinam formando um filme completo.



Comentários

  1. O elenco desse filme é simplemente maravilhoso. Este ator nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. Este é umo dos melhores filmes, o ator Idris Elba é muito bom, ancho que vale a pena assistir, a chave do sucesso é o bem que esta contada a historia e a trilha sonora, enfim, um dos meus preferidos.

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