The Cloverfield Paradox - Crítica


            A marca Cloverfield carrega não somente um temor pelo monstro que existe no ambiente ao redor dos personagens, pela possível abominação ou ainda pela não descoberta dele, trata-se de um universo que é representado em termos de marketing, por ótimas iniciativas a fim de apenas evidenciar uma estrutura organizacional de lançamentos e elos narrativos que mantem evidente e solida, se o primeiro filme lançado em 2010 chegou sem expectativa alguma, o segundo Rua 10 teve a missão de expandir o universo e confirmar que aquelas historias estavam interligadas de alguma forma, agora chega diretamente ao serviço por streaming o terceiro capitulo dessa estranha narrativa The Cloverfield Paradox, e após assistir ao filme entendemos o motivo de a Paramount ter vendido o filme pronto para a Netflix, com o intuito de fazer algum dinheiro em cima de uma produção com um roteiro frágil e vazio dentro da sua proposta original.

            “Experimento científico envolvendo um acelerador de partículas dá resultados inesperados e os astronautas acabam ficando isolados a bordo de uma estação espacial. Diante da descoberta que afeta diretamente as vidas de cada um e também todo o conceito do que é real, a equipe precisa encontrar uma maneira de sobreviver”.



            A produção nos apresenta um Planeta Terra passando por uma grave crise de energia, o que coloca os países em estado de alerta e dentro de uma iminente situação de guerra mundial, para evitar que isso aconteça e assim, fornecer uma solução rápida, um grupo de cientistas é enviado a uma estação espacial com a finalidade de executar uma fonte de energia que resolveria o problema na Terra, utilizando o aceleramento de partículas, criando matérias novas, porém, o plano arquitetado pelo grupo composto por Ava (Gugu Mbatha-Raw), além de Kiel (David Oyelowo), Schmidt (Daniel Brühl) e Tam (Ziyi Zhang) não funciona como planejado.

            Chamado de partícula de Deus mencionada no filme anterior, O Paradoxo Cloverfield busca se utilizar de soluções já utilizadas anteriormente, principalmente o uso de contextualização social e histórica, mas acaba se perdendo nos buracos deixados pelos roteiristas Doug Jung (Star Trek: Sem Fronteiras, 2016) e Oren Uziel (Anjos da Lei 2, 2014) que deixa expostos de maneira grave alguns momentos chaves para concluir as motivações dos personagens, falando neles a produção idealizada por J.J. Abrams parece ter sido sabotada, pela total falta de seriedade e inteligência dos personagens criados para o filme. A partir do momento em que você da carateristas primarias a eles como, por exemplo, suas profissões, isso é utilizado como ação direta, seu conhecimento e identificação nas situações apresentadas no roteiro, por mais obvias ou inesperadas que sejam, nesse terceiro capitulo da saga Cloverfield a ingenuidade e até mesmo a falta de clareza na hora de tomar decisões por parte de certos personagens desconfiguram o sentido da missão e da abordagem ao tema central.


The Cloverfield Paradox (O Paradoxo Cloverfield) é assumidamente uma nova direção para o próprio universo, mas nada que realmente de créditos a uma nova concepção de ideias, referencia ou importações de contexto que sobrevive em seu próprio file, mas a desconfiguração imediata dos roteiros deixa grande parte de sua construção narrativa e temporal inativa e inoperante, de nada adianta uma campanha de marketing bem construída e estruturada, sem que haja necessariamente um produto a ser entregue com qualidade ao cliente final.


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