Paddington 2 - Crítica


            O carismático ursinho inglês esta de volta aos cinemas para mais aventuras em Londres, mas antes de você achar que Paddington 2 é somente mais uma produção inventada para preencher muito logo alguma sessão de filmes a tarde pelo mundo, talvez seja melhor de sua parte saber um pouco mais sobre o ursinho, principalmente se você não tem contato alguma com a cultura inglesa, ou não fez parte das mais de 300 mil pessoas que assistiram a primeira produção nos cinemas nacionais a quatro anos atrás.

            “Após ser adotado pela família Brown, Paddington ganhou muita popularidade na comunidade de Windsor Gardens. No aniversario de 100 anos de sua tia Lucy, esse simpático ursinho sai em busca do presente perfeito e acaba encontrando um livro único na loja de antiguidades do senhor Gruber. Paddington se submete a uma série de trabalhos bizarros para poder comprá-lo, e quando o livro é roubado, ele e sua família farão de tudo para encontrar o ladrão.”



            Trata-se, antes de mais nada, da adaptação de um clássico da literatura inglesa de 1958, ano em que Michael Blond lançou o primeiro livro desse personagem, intitulado “As Aventuras de Paddington”, que narrava a história de um ursinho peruano, sim peruano. mas não estamos aqui pra cobrar coerência em uma história infanto-juvenil onde o urso até fala, ele vivia com seus tios em uma floresta daquele pais, lugar esse que um dia foi visitado por um pesquisador inglês que acabou ficando muito amigo da família do ursinho, passando a lhes contar sobre sua cultura, do gosto por marmelada, após essa visita ele fez a promessa de que todos seriam sempre muito bem vindos a Inglaterra caso um dia fossem lá.

            A vida passa, e o destino leva o jovem e inocente urso até a chuvosa cidade, que ali viverá contrastantes experiências com outros humanos, que quererão desde adotá-lo até empalha-lo. A partir daí, esses livrinhos das aventuras do urso na terra da rainha (lançados cinco anos após Disney fazer Peter Pan voar pelo Big Ben) foram conquistando o coração de gerações de britânicos, tornando-o um ícone da literatura inglesa, grande ao ponto de fazer Mr. Bean tirar o chapéu, Harry Potter pedir a benção e os peruanos convidarem o urso que agora já fala em mais de 30 idiomas para ser embaixador do turismo no seu país natal, durante uma ação de publicidade.


            A produção segue sendo dirigida por Paul King que mostra Paddington extremamente bem adaptado ao cotidiano londrino, ele esta feliz e bem quisto por todos no pais, mesmo adotado pela família Brown (Hugh Bonneville e Sally Hawkins) o ursinho esta pensativo no centenário de sua vó a ursa Lucy para qual escreve cartas sempre, na intenção de presenteá-la com algo a altura da data, Paddington acaba encontrando um item que parece ideal para uma ursa que passou 40 anos visualizando a cidade onde hoje ele mora: Um antigo livro pop-up, que ilustra os principais pontos de Londres.

            Mas para que consiga adquirir o raro e caro presente que se encontra m uma loja de antiguidades, o Paddington precisara se submeter aos mais inusitados trabalhos para conseguir paga-lo, mas o que ele nem imagina é que o livro contem informações importantes para Phoenix Buchanan (Hugh Grant) um ator em decadência que ao descobrir onde esta esse item valiosos tentara rouba-lo e dará inicio a uma grande confusão que fará a vida do ursinho virar de ponta cabeça.


A fotografia arranja e complementa com maestria todos os estados de espírito pelo qual percorre o filme, que ora faz rir (aos que apreciam as peculiaridades do humor inglês), ora chorar (tristeza é igual em todo lugar), e, aos que estiverem um pouco mais atentos aos conceitos estabelecidos no filme, faz refletir, sobre um monte de questões.  Paddington consegue transmitir tantas sensações bacanas que fica difícil definir com precisão tudo aquilo que ele transmite a quem o vá ver peito aberto, e poucos são os que não extraem algo de positivo para algum momento da vida depois de conhecer sua história.


Paddington 2 é uma produção carinhosa, humana, inteligente, perspicaz, engraçada e acima de tudo família, consegue introduzir na tela toda a magia de uma Londres cinzenta na tela como se aquele ursinho existisse de verdade, a produção merece todos os elogios que vem recebendo, e tem um final verdadeiramente emocionante visto em poucos filmes de gênero  nos últimos anos, a produção é a prova absoluta de que filmes mirados para o publico infantil não precisam, nem devem trata-los de forma depreciativa, entregando produções de qualidade baixa e sem respeitar a inteligência dos pequenos atuais, é um filme simples, mas que transborda em elementos edificantes se tornando praticamente uma obrigação dos pais em apresentar esse ursinho a seus filhos.


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