Cinquenta Tons De Liberdade - Crítica


            Em Cinquenta Tons Mais Escuros assistimos o pedido de casamento de Mr. Grey (Jamie Dornan) para sua amada Anastasia (Dakota Jonhson), uma atitude que por si só encerraria uma fase daquele relacionamento, tal situação mostrava que apesar de tudo o casal principal chegou finalmente ao estagio que marca a comunhão de um relacionamento e se nos dois primeiros filmes da saga erótica giravam em torno do sexo como uma descoberta dos sentimentos no primeiro filme, e uma aceitação de dos mesmos no segundo, em Cinquenta Tons De Liberdade é justamente sobre tratar sobre o fator de encerrar um ciclo naquele pedido matrimonial.

            Sinopse: “Superados os principais problemas, Anastasia (Dakota Johnson) e Christian (Jamie Dornan) agora têm amor, intimidade, dinheiro, sexo, relacionamento estável e um promissor futuro. A vida, no entanto, ainda reserva surpresas para os dois e fantasmas do passado como Jack Hyde (Eric Johnson) e Elena Lincoln (Kim Basinger) voltam a impedir a paz do casal. Adaptação da última parte da trilogia de E. L. James iniciada em Cinquenta Tons de Cinza (2015)”.



            A grande questão desta produção nunca antes respondida é o que vem depois do final feliz? Algo que se desenrola no que resta de historia para o filme e toda a sua franquia, pode ate ser questionado a forma como o sexo é tratado anteriormente, porem era o sexo que colocava algum eixo naquela narrativa, apesar de todos os seus equívocos na representação ideológica e até mesmo cênica daquele sexo masoquista, se no primeiro filme havia certa curiosidade em como um blockbuster americano abordaria uma narrativa extremamente sexualizada, e o segundo fazia com que o sexo fosse o real motivo das fissuras entre o casal, aqui resta apenas enlace esse ponto vira apenas um artigo de luxo na casa dos Grey.

            Parece que o terceiro filme da franquia acredita mesmo no senso comum que o sexo acaba após o casamente,  e se era uma dificuldade para a saga de filmes recriar alguma sensualidade nos outros filmes, é ainda pior quando o longa tenta fazer de um relacionamento a sua matéria principal, a produção é marcada por uma falta tremenda de naturalidade, se nos filmes anteriores pareciam incomodados com as cenas mais picantes, não apresentando nenhuma química romântica ou sexual, aqui eles se encontram sempre em situações que fogem de uma normalidade, mas que tentam reproduzir fatos que ocorreriam num relacionamento normal, o que não é o caso desse casal.


            Esse é o elemento mais estranho do filme roteirizado por Niall Leonard marido da autoria E.L. James criadora do fenômeno mundial, mas seu marido parece não ter entendido a trama criada por sua esposa e que levou a saga de livros a se tornar uma das mais vendidas da historia, ele parece desconhecer por completo o que é um casamente, ou no mínimo um relacionamento amoroso e seus percalços, chega a ser hilário como algumas atitudes banais do dia a dia parecem algo de outro mundo para Mr. And Mrs. Grey, uma vez que se vê uma imitação de momentos comuns desenvolvidos com nenhuma espontaneidade, um exemplo muito claro disso é a cena em Anastasia questiona seu agora marido sobre a possibilidade de terem um filho, a resposta que ouvimos de Christian é uma das coisas mais absurdas já ouvidas na historia do cinema dizendo que não dividiria a esposa com mais ninguém, frase que passa dos limites em um dialogo que soa um absurdo total.


            Cinquenta Tons De Liberdade luta a todo o momento para inserir em sua narrativa motivos para que o espectador continua de alguma forma imerso na vida nada comum daquele casal, é interessante ver como a saga livre do sexo como algo normal a sua narrativa acaba perdendo seu rumo, mostrando uma vez mais que falta muito coisa além de um burburinho relacionado a sexualidade na proposta de seus filmes, sobra muito pouco da trilogia nesse filme, assim como fica a sensação de que quase nada ficara nos espectadores após o FIM.


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