O Touro Ferdinando - Crítica


            O Touro Ferdinando baseia-se numa história publicada no início do século passado, adaptada ainda na década de 1930 num curta-metragem da Disney e agora volta aos cinemas, sob a direção do brasileiro Carlos Saldanha (Era Do Gelo, 2002) e já tem figurado entre as listas de premiações de melhores animações do ano que passou graças ao talento do diretor que consegue resgatar um tom que se via nas primeiras animações a serem lançadas no cinema, assim como nas narrativas de produções voltadas para o publico infantil.

            “Ferdinando é um touro com um temperamento calmo e tranquilo, que prefere sentar-se embaixo de uma árvore e relaxar ao invés de correr por aí bufando e batendo cabeça com os outros. A medida que vai crescendo, ele se torna forte e grande, mas com o mesmo pensamento. Quando cinco homens vão até sua fazenda para escolher o melhor animal para touradas em Madri, Ferdinando é selecionado acidentalmente”.



            A produção tem como grande característica ser um dos filmes mais despretensiosos dos últimos tempos, justamente esse fator torna-se o ponto mais forte e particular, contrariando tudo aquilo que se busca na indústria, não se propõe a criar narrativas incríveis, nem grandes firulas visuais, muito menos uma complexa mensagem inovadora ou buscando profundidade emocional, estratégias que se fossem bem realizadas poderiam criar uma obra prima do gênero, porem se colocadas de forma atabalhoada, sem a construção devida, não entendendo realmente o que podem fazer, ou como não transformar isso num padrão um tanto quanto forçado, esses filmes acabam virando obras apenas pretensiosas, que tentam fazer da animação algo muito mais carregado, que muitas vezes resulta em uma superficialidade.

            O Touro Ferdinando faz a operação inversa, visando uma relação da inocência entre seu material, a animação em si, e o público, algo que gera um sentimento no mínimo terno e inocente. No entanto, o personagem descobre também que depois de adulto sempre será visto como uma besta, um touro que bota medo nos outros e mais uma vez precisa provar que é mais do que um simples animal para combate.


            Assim, o longa comandado por Saldanha remete aos desenhos clássicos,  é uma animação de comédia, assim como era lá no passado, ainda que existam as sub-tramas dramáticas e uma mensagem a ser transmitida, o que faz o longa caminhar é seu desenvolvimento cômico de fato, , há sempre um jogo de cena, um truque de câmera (possibilitado pela animação) que faz com que a piada e o riso estejam presentes e ajudam a história a ser contada.


            O Touro Ferdinando é sim uma produção sem as mesmas pretensões de outras animações atuais, não busca em momento algum ser complexo tecnicamente, esteticamente, narrativamente ou tematicamente, por outro lado é interessante como uma animação pode abraçar a sua simplicidade, resgatando um tom extremamente presente nesse tipo de filme no passado e faz com que essa inocência pura e genuína demonstre uma relevância para o espectador, assim como na arte de fazer uma obra cinematográfica.


Comentários

  1. Eu adorei este filme. Todos os filmes com animais são tão divertidos! Sem dúvida, é um filme adorável desde o começo, a história e todos os personagens são adoráveis. Eu considero um dos melhores. Devo admitir que Pedro Coelho me surpreendeu e acho que James Corden faz um trabalho incrível como a voz de Peter Rabbit. James parece-me um dos melhores comediantes dos EUA. O filme pedro coelho é bom .Eu acho que o roteiro deste filme foi muito criativo e foi uma peça chave do sucesso que teve. Super recomendo.

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