Jumanji de
1995 é um daqueles filmes clássicos que muitos adultos hoje viram quando
criança, protagonizado pelo gênio Robin Williams tocar em uma marca tão forte,
querida e amada por milhões, tinha tudo para dar errado vindo em uma epidemia
onde remakes e sequencias parecem um caminho certo para a fortuna
hollywoodiana, a Sony Pictures acreditou que seria possível fazer uma sequencia
do filme com The Rock, Kevin Hart, Jack Black e Karen Gillan como
protagonistas, e o resultado visto no cinema é uma mistura de sentimento de
nostalgia com modernização usando de artifícios dos tempos modernos para
implementar uma narrativa batida e conhecida numa experiência atual e isso
transforma a produção em filme eficiente, interessante e divertido.
“Quatro adolescentes encontram um videogame
cuja ação se passa numa floresta tropical. Empolgados com o jogo, eles escolhem
seus avatares para o desafio, mas um evento inesperado faz com que sejam
transportados para dentro do universo fictício, transformando-se nos
personagens da aventura”.
A produção começa deixando esse sentimento bastante claro, começando com o famoso
tabuleiro de Jumanji sendo encontrado enterrado na praia por um jovem na década
de noventa, porem o garoto esta muito ocupado jogando seu videogame para dar
atenção aquilo, o jogo então atrai aquele menino para o jogo literalmente, há
nesse momento a incorporação daquele antigo artefato ligado ao primeiro longa,
algo que aproxima esse novo filme do publico atual, da mesma forma que garante
certa autonomia para essa nova obra, há aqui um movimento de transformação de
buscar uma renovação apoiando-se num certo tom ou clima daquele imenso sucesso
popular em um passado recente.
O curioso é
que Jumanji não se transforma em um videogame extremamente de última geração,
mas sim num console dos anos 1990, com todos seus padrões diferenciados daquilo
que se joga atualmente, inserindo nessa equação um tom nostálgico, que aqui não
deriva do primeiro filme, mas sim dos videojogos da década retrasada.
Na trama do
longa um grupo de adolescentes bem heterogêneos, Spencer (Alex Wolf), o jovem
inteligente mas com nenhuma habilidade social, Fridge (Ser’Darius Blain) o
famoso e valentão jogador de futebol americano, Bethany (Madison Iseman) a
garota popular que não desgruda de suas movimentadas redes sociais e Martha
(Morgan Turner) a jovem tímida totalmente avulsa na escola. Esses personagens,
estereótipos de adolescentes do ensino médio, por algum motivo devem ficar
juntos na detenção e arrumar o porão da escola e ali que encontram o antigo
jogo, naquele momento eles são incorporados pelo jogo e transformado em outros
personagens, que são muito diferentes de suas vidas reais. Spencer se torna The
Rock, imbatível e atraente, Fridge vira Kevin Hart, inteligente, mas medroso,
Bethany torna-se o nada interessante Jack Black e Martha na bela e corajosa
Karen Gillan.
O roteiro
escrito por Jake Kasdan, Scott Rosenberg, Jeff Pinker, Erik Sommers e Chris
McKenna consegue fazer sua narrativa mostrar um extremo apuro cômico,
principalmente pelo excelente equilíbrio de tela dos atores que conseguem de
maneira eficaz interpretar suas personalidades adolescentes de maneira
convincente, sem exageros ou apelações, as boas atuações fazem esse humor
funcionar, ver The Rock interpretar um personagem medroso, e que não tem nenhum
conhecimento sobre romance, ou Kevin Hart que consegue tirar risos com uma
simples feição amedrontada, esses momentos perambulam pelo filme todo e
funcionam.
O diretor
Jake Kasdan utiliza-se muito bem dos efeitos especiais, sempre evidenciando
esse exagero, esse mundo nem um pouco preocupado em parecer real, mas sim de
criar uma sensação de nostalgia ao reproduzir uma aventura do passado, com a
floresta, criaturas e cidades que sempre parecem uma montagem, um mundo que era
consumido a pouco tempo atrás, a partir desse universo se abre precedentes para
brincar com a utilização da computação gráfica, criando animais reais que são
extremamente grandes e diferentes do que se vê na realidade, ou a utilização de
explosões como um mero artificio para dar um tom ainda mais aventuresco e
imaginário para o filme.
Jumanji:
Bem-Vindo à Selva é um filme marcado para falhar mas de forma inteligente
utiliza um processo tão em voga na indústria americana a incorporação de
tendências atuais em narrativas que remetem ao um passado emocional, ao
evidenciar esse processo o filme realiza
uma produção que de forma curiosa se descola tanto do filme original de noventa
e cinco, quanto dessas produções que vem sendo produzidas atualmente, fazendo
uma ótima aventura, divertida e interessante fazendo com que todos os críticos
sintam o gosto de morder a língua ao assistir essa excelente surpresa.
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