Star Wars: Os Últimos Jedi - Crítica




O segundo título da terceira trilogia da franquia Guerra nas Estrelas chega aos cinemas nessa quinta dia 14 de Dezembro, se o seu capitulo anterior foi marcado pela sombra de uma antiga tradição, Star Wars: Os Últimos Jedi chega após a casa do Mickey Mouse incorpora-lo a sua prateleira de títulos de sucesso, o maior desafio é fazer com que a saga seja um produto de crescimento constante na cultura pop aumentando ainda mais a sua enorme variedade de franquias. Obvio que a franquia criada por George Lucas sempre será a mesma e suas narrativas sempre serão extremamente aguardas, mas o que se percebe nesse oitavo episódio tanto em produção quanto em ideias inseridas para expandir a mitologia é que o longa é um impactante produto atemporal.

“Após encontrar o mítico e recluso Luke Skywalker (Mark Hammil) em uma ilha isolada, a jovem Rey (Daisy Ridley) busca entender o balanço da força a partir dos ensinamentos do mestre jedi, paralelamente a isso o Primeiro Império de Kylo Ren (Adam Driver) se reorganiza para enfrentar a Aliança Rebelde”.


O filme escrito e dirigido por Rian Johnson (Looper: Assassinos Do Futuro, 2012) é uma produção repleta de incertezas, onde a linha que separa o lado da luz e da sombra parecem ser bem mais fina e menos resistente a todo momento. Não é à toa que tantas teorias surgiram especulando quem seria o vilão, ou o último jedi desse novo filme. O que vê no filme é uma batalha em diversas frentes e personagens que parecem realmente não saber que cominhos podem recorrer, esperando que alguma fagulha de esperança realmente apareça ali. Enquanto Rey procura saber mais sobre ela mesma, a força dentro dela, os objetivos e claro seu passado conta com a ajuda de um Luke tão confuso quanto ela, que não deseja ser mais a lenda e não é capaz mais de acreditar da distinção entre essas forças.

Os rebeldes liderados pela Princesa Leia (Carrie Fisher saudade eterna) estão tentando se manter vivos na resistência, enquanto parecem mais cercados pela Primeira Ordem, e até mesmo ali surgem várias dúvidas se todos estão perseguindo o caminho certo em busca de um objetivo comum, nem mesmo o vilão Kylo Ren se salva em alguns momentos ela se mostra duvidoso sobre si e suas escolhas, pelas decisão que tomou em favor de seu mestre e até mesmo pelas forças benignas que aparecem ao redor dele.


É nesse ambiente de incertezas que faz com que o oitavo episódio da franquia Star Wars possua um dos seus pontos mais interessantes, se a clássica trilogia falava sobre respeito ao um bem que pode surgir em uma terra semeada pela mal, e a segunda trilogia sobre o nascimento do lado sombrio no lugar mais improvável, essa nova trilogia principalmente nesse filme, vem para deixar claro que esses dois lados da força não são tão opostos quanto se imaginam, mas que um está sempre acompanhando o outro, quando não estão habitando o mesmo espaço ou até mesmo se confundindo, talvez por esse motivo esse seja um dos episódios mais realistas no desenvolvimento de seu tema e de seu tom, a galáxia tão tão distante passa pelas mesmas duvidas que esse tão conturbado período do mundo, com líderes que não podem ou devem ser seguidos, caminhos que parecem inexistentes, resistências que se mostram a cada dia mais acuadas e uma dúvida generalizada em relação a confiança.

O fato bem na verdade é que Os Ultimos Jedi é um recheado de personagens, com muitas narrativas secundarias não tão interessantes, com enormes conflitos e tudo isso faz com que a narrativa escrita por Rian Johnson demore e muito para se desenrolar, e até mesmo demostre ao longo da projeção algumas barrigas, deixando algumas narrativas mais curtas que detrimento a outras e nem sempre todas estando no mesmo clima, algo que faz com que seja sentido certo descompasso rítmico, um fato até de certa forma compreensível dentro de um filme que também vive seus dilemas, vive suas incertezas, uma batalha constante entre o novo e a tão amada versão original, a relação entre as liberdades de um filme novo e a inserção dentro de uma franquia em plena expansão de universo é muito interessante e curiosa.


O filme gira em torno de uma questão constante entre o embate do presente e o passado pensando em futuro glorioso para essa franquia tão icônica. Kylo Ren o vilão tem um plano de começar tudo do zero, não permitir-se submeter nem mesmo ao sangue de Skywalker nem a herança de Darth Vader, ele almeja uma nova ordem, não os Siths, nem mesmo os Jedi ou os rebeldes. Luke no seu período de resignação entende que os Jedi acabaram e que todos os seus ensinamentos não podem ser mais passados adiante, que algo de muito errado já aconteceu ara que os mesmos parâmetros sejam continuados.

Os rebeldes por sua vez, mantem a esperança nas antigas lendas, nas antigas praticas que poderiam gerar mais uma vez a rebelião, assim como foi vista na trilogia que se viu nos anos setenta. Rey se insere nesses dois lados, a materialização dessa nova saga após duas outras trilogias tão opostas, buscando talvez a dosagem perfeita entre o novo e velho, entre novos heróis e antigas lendas, na contradição onde o novo encontra-se do lado do mal ou desconfiável, e o velho encontra-se do lado dos bons rebeldes, algo tão incerto quanto o que se vê na tela, e desse embate surge algo muito interessante.


Star Wars: Os Últimos Jedi é uma produção que surge de um sentimento riquíssimo, algo com uma força enorme de imagens e símbolos, marcadas por uma inevitável vontade de se situar a frente de seu tempo, assim como busca se entender como filme no meio de uma nova trilogia que expande o universo de uma franquia tão icônica e tão referencial aos mais antigos títulos, nessa operação de desconstrução do totalmente bom ou mal surge um filme de impacto, novo sem poder se afastar dos demais, fiel sem jamais renegar o frescor que uma franquia precisa ter para atrais mais fãs, uma franquia que não era afeita a reciclagem, mas que ainda se utiliza de seus personagens mais famosos para deixar claro aos fãs que Star Wars será Star Wars para sempre não importa quem o escreva, dirija ou produza.


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