Bright - Crítica



            Após o sucesso de Esquadrão Suicida (2016) nas bilheterias mundiais, David Ayer retorna a direção de “Bright” um filme original escrito por ele, para o canal por streaming Netflix, com orçamento de U$90 milhoes de dólares, o filme conta com um elenco estrelado por Will Smith e Joel Edgerton formando uma dupla de policiais dentro de um universo fantasioso envolvendo fadas, elfos e orcs, e como diferencial os apresenta ambientados de uma maneira urbana mesclada com uma mitologia distópica sem necessariamente ser futurística em Los Angeles, mas se Esquadrão Suicida conseguiu sucesso nas bilheterias conseguiu junto uma chuva de criticas sobre a sua qualidade como produção, com essa nova historia Ayer tenta se redimir e mostra seu talento como diretor.
            “Em um mundo futurista, seres humanos convivem em harmonia com seres fantásticos, como fadas e ogros. Mesmo nesse cenário, infrações da lei acontecem e um policial humano (Will Smith) especializado em crimes mágicos é obrigado a trabalhar junto com um orc (Joel Edgerton) para evitar que uma poderosa arma caia nas mãos erradas”.

           
             Nick Jakoby (Edgerton) é um orc renegado pelos colegas da policia de Los Angels, que não aceitam a presença de um profissional da raça dele, saiu de sua população com sua cultura e destino pré-inscritos para ser um oficial de policia, se misturando aos humanos na corporação, em decorrência disso, há um nítido preconceito por parte de todos naquela sociedade para com a sua raça tratada como inferior, sua jornada até o trabalho é cercada por olhares tortos, e sofre consequências ainda mais pesadas quando seu parceiro de ronda Ward (Smith) foi baleado por outro orc enquanto Nick estava comprando um lanche e não o protegeu, na verdade esse caso levantou diversas suspeitas pelo fato de que Nick não conseguiu capturar ou balear o criminoso, isso faz crer que foi convalescente com seu irmão de raça, gerando uma serie de suspeitas por parte de todos a seu redor.    

            Ward é um policial preconceituoso por questões mais sociais e pelo fato de ter sido baleado por um orc, tem uma rusga ainda maior com os civis dessa raça especifica, eles são tidos como sujos nojentos e com hábitos bem diferentes dos realizados pelos humanos, mas o dever da segurança independente de qual raça social esta interferida na ocasião. Ambos os protagonistas acabam sendo engolidos dentro da mitologia da historia do filme, há na trama os “Brightes” uma espécie de ser vivo que é capaz de empunhar as varinhas magicas que concedem desejos e realizam ações através de conjurações e feitiços.          Essa raça esta sendo caçada pelos Agentes Especiais de Magia e por um grupo de elfos renegados que esta buscando a varinha magica, com o intuito de trazer o senhor das trevas para dominar o mundo conhecidos como Inferni, é nessa situação caça ao rato que estão inseridos os protagonistas que agora tem como missão defender e proteger a elfa/bright Tikka (Lucy Fry).


            A direção de Ayer desde Coração de Ferro de 2014 não se encontra em sua prorpia condução de roteiro e na visão para adaptar argumentos, esquecendo-se de focalizar na temática mais urgente com aproximações mais simplistas e originais, peca novamente e consideravelmente forte nessa produção, obvio que a Netflix não exigiu do diretor mais do que ele entregou, mas nada o exime de ter repetidos erros vistos no seu filme anterior, seu projeto audacioso dentro do universo de filmes da DC/Warner, a diferença é que dessa vez não pode utilizar o argumento  da interferência do estúdio na montagem do filme, é nítido verificar que há na produção uma falta de ritmo na forma de conduzir o desenvolvimento da historia, é apressado demais, reforça o senso de urgência para que o filme se resolva em um tempo em situações importunas porque apesar de ter quase duas horas de duração, é apenas  no segundo ato do filme quando a ela Tikka é descoberta é que a produção engrena e a fuga se torna praticamente ininterrupta e apesar de ser compreensível sua constante, mostra que a construção e arco dramático dessa personagem e até mesmo sua interação com os protagonistas não foi importante, no final é feita uma revelação que torna sua conexão com a vilã Leilah (Noomi Rapace) mais interessante e chamativa, mas infelizmente é ignorada e exposta em um momento que não tem coerência alguma com a questão.


            Bright é um filme de noventa milhões que não parece ter custado tudo isso, tem uma dupla de protagonistas que funciona perfeitamente em uma química admirável, mas há muito pouco para se destacar, pois o diretor David Ayer comete os mesmos deslizes do filme anterior, junte isso ao roteiro inconsistente de Max Landis que até tem potencial, mas não vai a fundo ao mundo mágico urbano que quis criar, na verdade esta mais próximo de se encontrar em um cenário de ilusão onde acredita que elementos cruciais de seus filmes cooperam na coerência de suas obras quando de fato esta desperdiçando e tornando inútil outras ideias que poderiam ser utilizados no futuro.


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