Jogos Mortais: Jigsaw - Crítica



            Filmes de terror barato com violência gráfica extrema como Jogos Mortais parece ser fórmula de sucesso dos estúdios de cinema, pois são normalmente filmes baratos de serem feitos, nem necessitam de uma divulgação muito grande e consegue na maioria das vezes se pagarem no primeiro final de semana nos cinemas, nessa batida chega aos cinemas Jogos Mortais: JigSaw sete anos após o capitulo final da franquia criado por James Wan e que combinados todos os filmes arrecadaram mais de um bilhão de dólares, pensando assim como não fazer outro não é mesmo?

            A produção mantem o padrão das suas antecessoras, com jogos psicológicos envolvidos em um emaranhado de duvidas e questões sobre as escolhas que cada um de nós fazemos em momentos extremos, a diferença aqui é que as mortes que são expostas são sempre absurdamente violentas e sangrentas, algumas até criativas de certa forma. Os filmes fazem com que esse sentimento entre a tensão e o medo se unam nesses momentos, deixando até mesmo a trama central em segundo plano, a franquia protagonizada por Jigsaw sempre foi uma forma de exploração da violência e suas sensações, por muitas vezes se tornava muito mais uma busca dos realizadores por desafios de criar mortes cada vez mais gráficas e originais, como se cada titulo buscasse impressionar e chocar cada vez mais os espectadores e principalmente os fãs.


            Jogos Mortais torna-se com isso uma espécie de veiculação da violência, se havia em algum dos filmes anteriores alguma possibilidade de investigar as raízes dessas questões ou evidenciar as sensações de brutalidade extrema nas mortes sem glamurizar, ou ainda usando essa violência com alguma ideia por trás de suas explicitas cenas, algum desses pontos se perdeu há muito tempo na vitrine dessa sempre lucrativa franquia de exploração de um sentimento um tanto quanto mórbido. Jogos Mortais conseguiu realizar um blockbuster do slacher/torture porn, algo do que tem se beneficiado até hoje como se tivesse o monopólio desse gênero em escala grandiosa.

            Todavia o novo longa mantem todas os elementos que fizeram da franquia esse sucesso, o suspense durante as provas ao qual os participantes são impostos a jogar é extremo, onde o tempo de ação é estendido ao máximo, enquanto aqueles personagens lutam contra uma morte violentamente gráfica, que fica entre o chocante e  exagero para que não incomode tanto o publico, a trama de investigação em torno dos possíveis responsáveis por aquele jogo mortal  leva sempre para um nome John Kramer (Tobin Bell), são os pontos principais que entretem o publico que mantém o vapor da franquia aquecido, reafirmando a cada cena os padrões que o colocar no patamar de uma das mais bem sucedidas franquias cinematográficas de todos os tempos.


            Os roteiristas Peter Goldfinger e Josh Stolberg (Piranha 3D, 2010) mantem o padrão narrativo da franquia, o longa inicia com um criminoso pedindo para o detetive Halloran (Callum Keith Rennie) cuidar de seu caso e ali o jogo começa com o disparo do cronometro, essa narrativa investigativa propicia que aquele jogo ganhe algum sentido, deixando propicio para todo e qualquer tipo de reviravolta e afins. Interesse disso tudo é como a base de toda essa narrativa é algo feito por um fã do assassino Jisgsaw, uma forma de homenagem dos diretores os Irmãos Spierig (2019: O Ano de Extinção, 2009). Nesse caso quase referencial não é construído através do famoso fã service, mas dentro da própria narrativa, assim há sempre uma questão do que Jigsaw pode ter deixando como legado para o futuro onde seus jogos de morte são mantidos por terceiros.


            Jogos Mortais: JigSaw relembra em muito os outros filmes da franquia, onde usa com inteligência o sangue espalhado por todas as cenas, mas resta muito pouco de arco narrativo para que podemos julgar, ou daquilo que realmente motivo tudo o que vemos na tela, não nessa produção uma identidade visual original que de a franquia uma chance de criar uma nova alternativa para recriar o sucesso que foi, nem mesmo em alguns poucos esforços narrativos, a produção continuam com belos atrativos para o publico alimentando algum desejo mórbido secreto por assistir corpos destruídos em uma tela gigante.


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