A primeira
temporada de Stranger Things causou uma comoção no mundo inteiro, em uma
mistura perfeita que envolvia nostalgia a um roteiro comum, mas extremamente
bem feito, desde a escalação do elenco a direção que nos remetiam a clássicos que
crescemos assistindo, trazendo com isso boas lembranças das nossas infâncias e
nos apresentando novos personagens que ganharam espaço nos nossos corações pela
boa interpretação e carisma na medida certa. Mais de um ano após a estreia da
primeira temporada a Netflix, nos trouxe a nova leva de episódios com um apelo
popular muito grande para reencontrar aqueles personagens que tanto amamos e
ver o que aconteceu com eles e principalmente o que esta para acontecer com os
mesmos.
A segunda
temporada da série criada pelos irmãos Duffers mostra o total entendimentos de seus
criadores pelo sucesso da série, com uma trama bastante amarrada e com um ciclo
que tinha inicio, meio e fim, claro com algumas pontas soltas para uma provável
segunda temporada, mas nada que nos levasse a loucura pela nova leva de
episódios, com isso eles não tentam reproduzir o mesmo sentimento criado na
primeira temporada, há nessa nova temporada um claro desejo de expandir o
universo criado que parecia assombrar apenas a pequena cidade de Hawkins nos
Estados Unidos, a produção parece trazer mais elementos, como também decide por
dar mais foco no interior de cada um dos seus personagens verdadeiros astros e
motivos pelo sucesso grandiosa da série.
Obvio que
com o sucesso que a série alcançou, jamais passaria pela cabeça dos produtores
se distanciarem demais daquilo visto na primeira temporada, a série trabalha
com a questão extrema de um visual referencial marcante, que faz com que a
narrativa gire em torno de algumas homenagens, utilizando as imagens para
alimentar a nostalgia de quem a esta assistindo, se na temporada passada as referencia
a produções dos anos oitenta era quase um caça tesoura da produção, nessa nova
leva de episódios os produtores decidem por se conter a duas fortes referencias
Os Caça Fantasmas e Os Gremlins, existe com tudo isso uma tentativa
interessante de criar em cima de referencias a filmes antigos sua própria originalidade,
porem o interessante de se perceber é que quanto mais os criadores se afastam
das referencias ao passado, menos Stranger Things parece, pois a originalidade
mostrada aqui não é tão interessante quanto as homenagens que faz.
A segunda
temporada investe muito mais no fator humano de seus personagens, e investe na
inclusão de novos rostos, como a garota Max (Sadie Sink) que logo de cara chama
a atenção de Lucas (Caleb McLaughlin) e Dustin (Gaten Matarazzo), e seu irmão
Billy (Dacre Montgomery) uma figura violenta, dois personagens interessante que
enriquecem a trama e alcançam o objetivo de iniciar a expansão do universo sob
o mundo invertido, mas não é somente de personagens novos que vive a nova
temporada da série, mas na busca inquietante de solucionar os problemas
internos de cada um dos personagens apresentados anteriormente. A forma como a
série desenvolve e amadurece os personagens Dustin e Lucas é brilhante e representa
com inteligência o sentimento de ver as crianças se tornarem adolescente em
meio a todo o perigo que ronda a cidade, eles ainda são jovens crescendo e
aprendendo a se aceitar e se conhecer como seres humanos.
A segunda
temporada da série diferente da primeira, escolhe por desenvolver seus arcos dramáticos
de forma mais lenta, se antes vimos Will (Noah Scnapp) desaparece e todo o mistério
envolvendo o mundo invertido e a chegada de Eleven (Millie Bob-Brown) a cidade,
agora as coisas demoram mais para acontecer, talvez por criar um grau de autoconfiança
muito alto e por acreditar que os fãs são fieis a historia, a nova temporada
toma a liberdade de não ficar presa a uma narrativa coesa, fazendo com que o
espectador não se envolva da mesma forma que a primeira temporada. Ela sofre de
graves problemas de ritmo até o quinto episódio, quando realmente temos ideia
de qual é a situação problema da temporada.
Stranger
Things 2 tem seus problemas, como também tem seus momentos de glória,
principalmente quando fornece ao espectador a chance de mergulhar ainda mais na
vida de cada um dos personagens da série e apresenta nos personagens que deixam
um gosto de quero mais, tornando a experiência do espectador mais próxima daqueles
seres e suas tramas, nos envolvendo e nos entretendo com certa facilidade na
jornada daqueles garotos, fazendo valer a pena cada episódio da nova temporada
da série da Netflix.
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