Lego Ninjago: O Filme - Critica


            O universo cinematográfico de Lego surgiu em 2014 com muita personalidade, se diferenciando totalmente das animações do momento, com uma dose de humor acido, auto ironia e desenvolvido sobre uma narrativa totalmente despretensiosa que sempre parecia mais preocupada em tirar sarro do que realmente construir algo ambicioso, dessa forma Uma Aventura Lego e Lego: Batman conquistaram o publico e supreenderam de maneira positiva trazendo um frescor as animações marcadas pelo apelo emotivo forçado da Pixar e dos cartunescos filmes da Illuminattion, agora chega aos cinemas o terceiro filme do universo de peças desmontáveis Lego Ninjago: O Filme, a Warner convidou o blog para assistir e te contamos agora nossa opinião.


            Ninjago é o primeiro filme da franquia que realmente adapta uma linha de brinquedos da marca Lego para a grande tela, marca que já ganhou adaptações anteriores para outras mídias como uma serie animada para tv, fazendo com que a produção mantenha um pé fincado na realidade de certa forma, e um grande senso de devoção pelo produto e historia que esta contanto, mas o filme vai à contramão de tudo aquilo que deu certo nas produções anteriores, algo que poderia ser interessante, mostrando certa independência entre os títulos do universo, porem o que se vê é um grande passo para trás daquilo que havia sido conquistado com os dois longas anterior da franquia Lego.


            Os Roteiristas Bob Logan (Astro Boy, 2009), Hilary Winston (Série Bad Teacher, 2014), Tom Wheeler (O Gato de Botas, 2011), Bryan Shukoff, William Wheeler (Rainha de Katwe, 2016) e Paul Fisher (Como Treinar O Seu Dragão, 2010) assumem uma certa seriedade para construir a narrativa, não no sentido de tirar o lado cômico do filme, mas no lado despojado e auto irônico  que se viu nos filmes anteriores, o que se percebe aqui é um longa preocupado em criar um mundo coerente, autossuficiente, sem realizar ponte alguma entre aquilo que é real e passa a ser incorporado pela trama, como com as inúmeras piadas sobre as varias adaptações do Batman no filme Lego Batman, aqui se percebe uma preocupação em desenvolver os personagens da cidade Ninjago, como claro objetivo de estabelecer a jornada do herói e seu autoconhecimento, com seis roteiristas o filme fracassa na tentativa de romper a barreira do obvio, vista de maneira brilhante nas produções anteriores.


         O curioso é perceber que essa formula batida de jornada do herói, e busca de autoconhecimento pré-estabelecida por tantas narrativas de filmes ao longo dos anos, era motivo de piada nos filmes anteriores, e aqui esses clichês batidos são assumidos como verdades absolutas e incontestáveis, entre a ironia e a constituição de uma narrativa em tanto quanto grandiosa e bastante pretensiosa o filme parece esquecer-se da primeira metade e transmite tudo aquilo do segundo ato ao final como se fosse uma historia inovadora nunca vista antes.


         O filme se apoia demais e até de maneira cansativa em muletas narrativas fáceis e obviais, nessa condução há uma espécie de falsa responsabilidade, ligado com esse pé na realidade que existe no filme, pretendendo criar uma moral da historia, passar uma lição com narrativa daqueles personagens que protegem a cidade, a grande questão porem é que nesse apoio de fatos e ações comuns esses ensinamentos são no mínimo demagógicos e já vistos anteriormente de tantas formas que acaba por não atingir nem o mais ingênuo dos espectadores, seja uma criança ou um adulto.

            Lego Ninjago: O Filme é sem sombra de duvida o filme mais fraco do universo cinematográfico baseado nos brinquedos desmontáveis, renovação pode e deve significar frescor e independência de formulas, mas o que se vê aqui é justamente o oposto do assistido nos filmes anteriores, tornando apenas uma forma de manter a marca Lego em evidencia junto ao publico frequentador de cinema, quando na verdade é apenas um filme que repete os mais chatos clichês do cinema e da animação sem originalidade alguma.


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