Emoji: O Filme - Crítica

            Você já parou para pensar como surge a ideia para um filme? Talvez essa uma pergunta que alguns produtores de Hollywood não saberiam responder, ou talvez a resposta fosse tão aleatória que é melhor no fim das contas ficar sem resposta, imagine só você usando seu celular envia no meio de umas palavras um emoji, e pensa: Humm isso daria um filme, foi isso que pensou a Sony Pictures, pois esta em cartaz nos cinemas Emoji: O Filme, sim porque fazer? Não sabemos, mas fui assistir e te conto agora a minha opinião.

            O longa parte de um principio básico de que há um universo gigantesco dentro de nossos celulares, e que cada aplicativo seria uma espécie de cidade ou coisa parecida. A animação acompanha a historia de um emoji Gene (Dublado por T.J. Miller) que esta prestes a começar a trabalhar, ele é a cada da indiferença, chamando a si mesmo de “Méh”, porem o protagonista não consegue fazer apenas uma cara, tendo a capacidade de reproduzir todas as outras expressões disponíveis no aparelho celular, tornando a sua escolha pelo usuário impossível.

            O filme segue então a vida desses emojis conectados ao seu usuário (dono do celular), assim tudo aquilo que os personagens baseados em emoticons realizam altera suas vidas até certo ponto daquele jovem que utiliza do celular, nessa busca por autoconhecimento Gene parte em uma aventura em busca de ajuda, com um emoji que saiu do aplicativo e agora sobrevive como hacker de aparelhos chamada  Jailbreak (dublada por Anna Faris), tendo a companhia do emoji HI-5 (dublado por James Corden) que esta procurando uma forma de voltar a ser um dos emoticons mais populares.

            Torna-se muito difícil falar sobre esses personagens, não somente por sua total falta de nomenclatura, mas pela escassez de características que os definam além daquela imagem que os define como emoji, sendo figuras extremamente rasas longe de alcançar algum a maior profundidade ou conexão com o espectador, além disso, o arco principal é um tanto quanto entediante mais parecendo um institucional empresarial de como você deve ter emojis do celular do qualquer outra coisa, cada vez que esses personagens ganham espaço na tela parece uma longa propagando dos dispositivos de celular, a construção de mundo que poderia ser algo interessante, nunca escapa do obvio e monótono e o que fica em nossas cabeças são os nomes das plataformas mais famosas citadas em profusão como Just Dance e Spotify.

            O diretor e roteirista Tony Leondis (Lilo & Stitch 2, 2005) junto a Eric Siegel (Drive, She Said, 2016) e Mike White (Escola do Rock, 2003) consegue criar um lugar muito comum e totalmente descartável, e a pior parte fica no conteúdo interno do filme, ou pior a falta dele, o longa até tenta se comunicar de algumas maneiras, mas todas as escolhas são atabalhoadas, sem saber realmente que caminho esta seguindo e qual mensagem realmente deseja transmitir, se no inicio o filme parece que quer fazer uma critica ao uso excessivo da tecnologia por parte dos mais jovens, no final vira um filme que quer falar sobre achar o próprio espaço seu lugar no mundo, para apenas poucos minutos antes do filme deixar claro que o importante é se aceitar com todas as diferenças que venham em você, e que é isso que o torna especial.

            Emoji: O Filme tem noventa minutos, mas parece que você esta assistindo ao filme a mais duas horas, recheado de piadas forçadas, fazendo trocadilhos sobre a figura que os emojis representam, sem nenhum timing cômico, onde as piadinhas parecem apenas ter sido jogadas no meio do texto em diversas cenas, o que resta no final é um humor que não faz rir e sendo totalmente pobre em apresentar qualquer mensagem significante, mas talvez com isso alguns produtores de cinema percebam que não é apenas qualquer que coisa que o publico cinéfilo compra, a exigência é por historias melhores, atores melhores, narrativas coesas e não apenas um filme colorido sobre personagens utilizados no celular diariamente sem que nunca tenha se perguntado o que eles estão fazendo ali, além de serem um toque a mais de humor as conversas do dia-a-dia.