OZARK - Crítica



                        Jason Bateman é um ator conhecimento por seu talento na comedia, e até então o que sabíamos sobre ele era sua ótima capacidade de improvisar e fazer rir, mas como a vida é feita de surpresas, Bateman se juntou ao roteirista Bill Dubuque (O Contador) na criação de “Ozark” série que estreou de forma surpreendente, sem muito alarde no canal por streaming Netflix, com um elenco afiado, e um roteiro redondo a série se sobressai entre as novas de 2017, e até o atual momento pode se dizer que é umas das melhores estreias do ano, eu te conto agora por que.

            A premissa da série é o medo do protagonista Marty Byrde (Bateman) achando que existe alguma possibilidade de sair ileso ao trabalhar com um cartel mexicano, acaba se envolvendo em um grande esquema depois de seu parceiro de firma cometer um dos maiores erros de sua vida, tentar passar a perna no chefão Del (Esai Morales), acontece que Marty é dono de uma firma de investimentos em Chicago, a fachada perfeita para se trabalhar com um crime como a “lavagem de dinheiro”. Apesar de receber uma compensação mensal excelente, o protagonista mantem uma vida simples junto a sua família, ao contrario de seu sócio Bruce Liddell (Josh Randall) que prefere levar a vida esbanjando os lucros, ostentando uma vida de luxo, e é através dessa ganancia que Bruce e Marty sem querer acabam no meio de um acerto de contas, da qual o protagonista somente saiu vivo após prometer que consegue lavar uma quantia maior de dinheiro para o chefão do Cartel, no Lago de Ozarkis uma região que atrai um número gigante de turistas durante o verão.



            Com dez episódios de cerca aproximadamente uma hora cada, a série não deixa furos em nenhum momento, tem sempre algo acontecendo em algum núcleo da produção, seja com o protagonista envolvido ou não, além disso, tensão é um elemento utilizado ao extremo, a todo o momento há uma ameaça e sempre há um clima de tensão envolvendo os núcleos de todos os personagens. Assim que o Marty chega ao Lago de Ozarkis passamos a acompanhar os problemas não apenas dele com o cartel, outras questões aparecem para preencher a historia, toda a historia é muito bem amarrada ao longo das mais de dez horas de projeção, não deixando espaços ou lacunas para que surjam duvidas ou questionamentos.


            O principal fator de Ozark é a sua violência e a divergência ao entrarmos na casa do protagonista e sua família que não deveria estar envolvida naquela situação, enquanto todos ao redor deles querem um pedaço do que quer que seja que eles possam ganhar. Matar ou ser morto, torturar ou ser o torturado, ser a vitima ou fazer dos outros suas vitimas e muito mais estão na mesa para todos os personagens que cercam a família de Marty. Até mesmo sua família tem alguns problemas, mas tudo fica pequeno perto do que esta acontecendo ao redor deles.



            Ozark é um drama caminhando em cima de uma linha fina de suspense, existe nela uma leve comparação com Bloodline, pois predomina nela a ideia de que família é uma força inescapável mesmo que o convívio seja insuportável, ela faz lembrar ainda de Breaking Bad ao levar seu protagonista certinho para um território cercado de crimes para todos os lados. Com uma narrativa perfeita, bem estruturada e com desenvolvimento de historio fluido, o grande destaque da produção vai para o seu elenco com interpretações acima da média, desde Bateman e Laura Liney ( a esposa) até as crianças Sofia Hublitz e Skylar Gaertner, passando pelos excepcionais Julia Garner, Jordana Spiro, Jason Butler Harner e Marc Menchana, são tipos de personas multidimensionais cheios de suas verdades.

            Ozark é uma série que em sua primeira temporada satisfaz prazerosamente o telespectador com seu jogo dubio de entrelaces, com personagens sofrendo constantemente uma tensão presento vinte e quatro horas por dia, foge do simples e se joga no novo, no limite, raramente se deixando ser previsível, o que garante a produção um entretenimento moralmente questionável, e produzido com uma qualidade impressionante, e ainda que uma segunda temporada não tenha sido autorizada pela Netflix, essa temporada inicia e encerra sua jornada de maneira coesa e coerente do minuto inicial ao frame final, vale a pensa entrar na vida dos Byrde e ver até o que um homem correto é capaz de fazer para manter sua família à salva.


Obs.: Preste bastante atenção no logo da série que a cada episódio muda, dando destaque a momentos dos episódios.


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