Os
produtores e roteiristas de Game Of Thrones, prometeram que a sétima temporada seria,
acelerada, conflituosa, e com encontros dos mais variados níveis ao longo dos
sete episódios inéditos, mas o que eles não haviam percebido após sessenta capítulos
muito bem escritos por sinal ao longo das temporadas passadas, é que o
espectador de GoT é exigente, e ao acelerar o passo rumo ao desenvolvimento
narrativo atalhado pela pressa em encerrar o show no ápice, eles entregam cenas
que não condizem com a narrativa fluida e coesa, com tramas que se desenvolvem
para a historia ao longo de curtas conversas entre personagens, o ultimo
episódio ainda que excelentemente escrito, mostra com maior ênfase que essas
escolhas em acelerar o narrativa vira uma faca de dois cumes contra si mesma.
Intitulado “O
Dragão e o Lobo” o capitulo final do sétimo ano teve mais de uma hora de
produção, capitulo esse que destacou o talento absurdo da dupla Benioff e Weiss,
mostrando o talento ao transitar por território familiar, eles sempre foram
geniais em embates verbais do que ao gerar grandes conflitos para a trama, a
primeira meia hora do episódio centrada nas negociações entre as rainhas Cersei
(Lena Headey) e Daenerys (Emilia Clarke) e especialmente o reencontro impecável
entre a atual dona do Trono de Ferro e seu irmão Tyrion (Peter Dinklage),
deixando claro que quando quer Game Of Thrones é umas das mais geniosas séries
do momento.
Ao final da
temporada, é preciso notar como Jon e Daenerys foram os personagens que mais
foram expostos a correria narrativa, a fim de concluir a produção o Rei Do
Norte se tornou nessa temporada um retrato ruim de um herói romântico, embora
seu senso de honra esteja presente na série desde o inicio, esse Jon é um líder
heroico, complexo e humano, infelizmente não apareceu na temporada, assim como
a Mãe Dos Dragões que caminhava entre orgulho e duvida com um faro para
injustiça social, esses motivos nos levam a estranhar a união dos dois como um
casal por mais que houvesse torcida, a trama romântica entre os dois
personagens é muito mal escrita pela falta de tempo em desenvolver o romance.
Em um
movimento inteligente e manipulativo a série jogou com a nossa percepção sobre
as irmãs Stark e quase nos fez crer que todo o desenvolvimento e amadurecimento
delas ao longo dos episódios passados seriam descartados em favor de uma trama
politica fria, ao invés disso a série nos mostra como as personagens
amadureceram com tudo que viveram no passado, as dificuldades que moldaram suas
atuais personas, e a conexão que passou a existir entre as duas por causa dessa
força em sobreviver, enquanto dava um final perfeito para Mindinho um dos
grandes manipuladores de todo os Sete Reinos, assistir sua morte pelas mãos de
Arya de maneira fria e em um corte único foi extremamente satisfatório para
todos os fãs da série.
Quando faz
aquilo que sabe os produtores e roteiristas de Game Of Thrones, mostram o quão brilhante
podem ser, com uma produção tecnicamente perfeita, e elenco impecável dando
show de interpretação a cada cena, a trilha sonora da série é uma das melhores
trilhas já produzidas tanto para tv quanto para cinema, de maneira alguma Game
Of Thrones não conseguiria ser ruim nem se forçasse a barra, mas continua sendo
uma pena que para concluir logo a produção Benioff e Weiss precisem acelerar o
passo demais da produção que tinha como ponto alto e mais precioso o folego que
tomava a cada cena, a paciência que tinha em desenvolver suas narrativas e o detalhismo
que faziam cada palavra escrita no roteiro ganhar vida em cenas impecáveis.
Ps.: Se você chegou até aqui, já assistiu o episódio e posso
falar sobre aquela cena final do Dragão de Gelo que é uma das coisas mais
lindas que já assisti na televisão nos últimos anos.
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