Annabelle: A Criação Do Mal - Critica



            Vivemos uma época recheada de universos compartilhados no cinema, a Marvel com seus heróis, a Disney e suas princesas, a Warner e os seus heróis, a Universal e seu novíssimo e por enquanto flopado universo de monstros, e claro o revival de Star Wars e seus derivados, não demoraria muito para que algum estúdio de cinema desenvolvesse um universo cinematográfico de terror, por conta do baixo custo de produção e alto nível de lucratividade, mas para isso somente a mente mais imaginativa do terror da atualidade James Wan poderia desenvolver junto a New Line Cinema e Warner Bros, após o impressionante sucesso de Invocação do Mal (2013), surgiu o primeiro derivado Annabelle (2014), no ano passado Invocação do Mal ganhou uma sequencia muito bem aceita por críticos e nas bilheterias, assim estabilizando de vez o universo de terror de The Conjuring, com a sequencia do filme da boneca maldita Annabelle: A Criação Do Mal (Annabelle: Creation), dirigido pelo sueco David F. Sandberg, o filme é uma historia de origem da boneca desde a sua criação, mas será que o filme consegue ser bom o suficiente para fazer parte do universo de terror criado por Wan, eu conto pra você agora.


            O filme se passa na casa de um casal que perdeu sua única filha ainda pequena de uma forma extremamente trágica, alguns anos mais tarde esse casal decide fazer da residência onde vivem um lar para garotas órfãs, abrigando uma serie de meninas e uma freira responsável por elas, entre essas garotas duas amigas inseparáveis Janice (Talitha Bateman) uma menina com uma serie de problemas de locomoção devido a uma poliomielite, e Linda (Lulu Wilson), nesse novo ambiente em que estão chegando às garotas começam a perceber uma presença estranha que toma o entorno do quarto da falecida filho do casal dono da casa.


            O roteiro de Gary Dauberman (Annabelle, 2014) é o ponto fraco do filme, com uma historia extremamente genérica e requentada diversas vezes poderia ser o tiro no pé do filme, senão contasse com a inteligência do diretor David F. Sandberg (Quando as Luzes Se Apagam) que utiliza de forma imaginativa e bem interessante os clichês do roteiro há uma busca em dar importância a casa que abriga aquelas pessoas, o quarto de bonecas da criança falecida é montado nos mínimos detalhes, cuidados que não se costuma observar em filmes do gênero, a mãe da menina morta Esther Mullins (Miranda Otto) esta imobilizada em uma cama e utiliza uma mascara de madeira em parte de seu rosto, e as forças do mal são combatidas pelas próprias meninas, sozinhas no mundo, educadas em um meio religioso que enfrentam as forças das trevas conduzidas pela boneca Annabelle, as figurantes são interessantes não são desenvolvidas com muito destaque até para dar mais importância a relação de afeto das duas meninas protagonistas, que conseguem transmitir todo um clima de mistério que paira no ar, suspense angustiante, medo incessante e a sensação de uma presença na casa que não é bem quista.


            A condução de câmera de Sandberg é muito parecida com a do seu padrinho e produtor James Wan, com uma boa utilização dos planos sequencia em que ele localiza o espaço naquele lugar em um trabalha de câmera minucioso e atento aos detalhes cenográficos, muito bem encaixados a historia, o medo que até certo ponto girava em torno da figura apavorante da boneca, agora se associa a aparição do monstro, de pele negra, grandes garras, e todo coberto de gosma, uma figura que lembra muito o demônio do filme Sobrenatural (2010), o bom uso de condução do suspense é enervante e interessante, mas no final do filme o diretor entre em um looping de jumpscare’s que surgem na tela aos montes, causando certo incomodo pela quantidade de sustos, musical altíssima, e falta de criatividade em algumas cenas.

            Annabelle: A Criação do Mal em seus minutos finais da uma explicação dos fatos ocorridos com a família Mullins, que seria muito mais interessante de ser assistido do que o filme que vimos até então, mas o filme que o diretor David F. Sandberg pelo menos é melhor que seu original, mas chique, mais assustador, mas como o filme original não consegue acrescentar em nada ao universo de terror de Invocação do Mal, o medo lidado aqui não tem nada haver com uma estrutura narrativa conduzindo ao susto, mas sim a uma série de fáceis jogos técnicos de câmera e áudio para forçar o susto, a sensação que fica ao sair do filme é que sim é um filme de terror assustador melhor que o original, mas que é somente mais uma produção para arrecadar muito dinheiro nas bilheterias, por conta do seu baixo custo de produção e ótimo retorno financeiro, que venham A Freira e o Homem Torto próximo filmes do universo compartilhado de terror do excelente Invocação Do Mal.


Ps. O filme tem duas cenas pós-credito.


Comentários

  1. Boa resenha! A verdade os meus filmes preferidos são os de terror. Eu penso que Nunca Diga Seu Nome também é um excelente filme terror. A verdade foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia de terror muito criativa que usou elementos inovadores. Também teve protagonistas sólidos e um roteiro diferente. Muito bom. Acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas.

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