O bom filho
a casa das ideias torna, o amigão da vizinhança retorna ao Marvel estúdios após
uma trilogia iniciada em 2002 dirigida por Sam Raimi e outra iniciada em 2012,
porem abortada no segundo filme pelos estúdios Sony, agora de volta sobre a
batuta do comandante mor Kevin Feige, Peter Parker retorna ao estúdio com uma
aventura solo, após uma participação especial bastante elogiada em Capitão América:
Guerra Civil, questões judicias a parte, entrevistas confusas sobre o destino do
cabeça de aranha a parte, Homem Aranha: De Volta Ao Lar estreia nessa quinta
nos cinemas de todo o Brasil, eu assisti a convite da Sony Pictures e te conto
agora a minha opinião sobre o filme.
Depois de
atuar ao lado do #TeamHomemDeFerro em Capitão América: Guerra Civil, chegou a
hora do jovem Peter Parker (Tom Holland) voltar para a sua casa e para a sua
vida no Queens em Nova York, onde vive com sua Tia May (Marisa Tomei), mas as
coisas não estão mais tão normal quanto antes, lutando diariamente contra
pequenos crimes nas redondezas ele pensa ter encontrado a missão de sua vida,
quando o terrível vilão Abutre (Michael Keaton) surge amedrontando a cidade, o
problema para o Homem Aranha é que a tarefa de manter as pessoas da sua cidade
protegidas não será tão fácil como ele imaginava.
A vida desse
novo Peter é mais colorida do que as versões anteriores, não poderia ser
diferente esse novo Peter é bem mais novo do que os seus interpretares
anteriores Tobey Maguire (27), Andrew Garfield (28), Tom Holland (21). A
retomada no universo do Homem Aranha nos cinemas lembra muito os filmes de John
Hughes (Curtindo a Vida Adoidado), é perceptível que o diretor Jon Watts bebeu
em boa fonte para relançar o Aranha para uma nova geração de apaixonados por super-heróis,
esses recortes mais coloridos encaixam muito bem ao protagonista atual que no
filme tem apenas 15 anos, conseguindo estabelecer muito melhor junto ao
espectador a relação de ingenuidade da juventude típica de seus personagem
principal e dos que o rodeiam, muito melhor do que as versões anteriores.
Ao beber em
uma fonte tão forte quanto a de Hughes, não conseguimos não comparar suas
façanhas, mesmo que seja muito bem capturado todo o imaginário estereotipado de
colégio para dentro do longa, o filme não consegue atingir o grau de
sentimentalismo e envolvimento afetivo do espectador com seus personagens secundários
como Hughes fazia e nem estabelecer com a força necessária os laços de amizade
entre esses e Peter, eles funcionam mais como alivio cômico e interesses
amorosos para o roteiro, mas não significa em momento algum que o núcleo da
trama sobre o ensino médio não seja prazeroso de assistir, pelo contrario ele
tem seu potencial de envolvimento utilizado e é bem divertido de ser assistido.
Ned (Jacob Batlon) o melhor amigo do protagonista é definitivamente o alivio cômico
ambulante, mas é Michele interpretada pela ótima Zendaya que chama a atenção,
infelizmente ela é subaproveitada, aparecendo em pouquíssimas cenas e com
poucas falas é uma personagem que soa forçada, mas a atriz consegue desenvolver
sua personagem de maneira que você cria interesse em saber mais sobre ela.
Os
Roteiristas Jon Watts (A Viatura,2015), Jonatham M. Goldstein e John Francis
Daley (Férias Frustadas,2015) e Chris McKenna (Lego Batman, 2017) entrega uma
trama interessante, e para colocar o filme no estilo épico da franquia, constrói
uma trama muito inteligente e bastante inventiva para o vilão Abutre (Michael
Keaton), muito bem interpretado pelo ator ex-Batman. Adrian Toomes identidade
verdadeira por trás do vilão Abutre era um cidadão comum, que após falir sua
empresa de construção civil por perder a licitação para recolher entulhos
deixados pelas batalhas contra aliens no primeiro Vingadores (2012) justamente
para empresa comandada pelo bilionário Tony Stark, logo a concorrência totalmente
desigual, ele então jura a vingança à Stark e começa a vender armas que constrói
a partir dos entulhos das batalhas recolhidos por ele ao longo dos anos de
trabalho, o roteiro comente alguns deslizes quando defende as grandes empresas,
contra as pequenas fazendo uma espécie de propagando a favor do rico, mas por
fim o filme é aquilo que esperávamos um filme sobre a passagem do menino a
homem ao deparar-se com as responsabilidades que vem junto ao grande poder que
tem.
O
desenvolvimento das tramas entre herói e vilão é muito bem dirigido por Jon
Watts, embora não tenha muita originalidade e apenas busque o fazer o “prato
feito gostosinho”, o diretor usa a formula de sucesso dos épicos hollywoodianos
com inteligência incrementando bem pouco de personalidade própria ou empatia
que necessitaria para gerar a comoção que persegue ao longo da produção.
Homem
Aranha: De Volta Ao Lar, no fim das contas não é uma obra-prima, não envolve o
espectador por um todo, mas que porém e acima de tudo cumpre muito bem aquilo que
era necessário, fugindo completamente das situações apáticas e
desinteressantes, sua realização é efetiva, embora alcance o grau de comoção
envolver o publico, tem um roteiro redondo sabendo lidar com muita inteligência
a conciliação entre carisma e empolgação, tem no time de comedia de seu ator
principal o destaque do filme, em nenhum momento fica entediante, suas tramas
conseguem se conciliar a ponto de estabelecerem um nível muito bom de
envolvimento, fazendo que o retorno de Peter Parker a Marvel seja gostoso de
ser assistido do inicio ao fim.
Muito bom ponto de vista! Diferente de vários outros filmes de heróis que aparecem por aí, Homem-Aranha: De Volta ao Lar não deixa de lado o que Peter Parker é como ser humano. Ele quer ser aceito. Quer mostrar que é capaz. Estamos falando da essência, daquilo que faz o personagem ser um dos mais amados do mundo. Apesar dos superpoderes que vieram da picada daquela aranha radioativa, Peter Parker é gente como a gente. Com muito bom-humor, cenas de ação que não tentam destruir o mundo a cada 30 minutos e muito drama pessoal, De Volta ao Lar é o filme que os fãs queriam tanto ver. A trama, embora simplista, é eficiente. De Volta ao Lar também consegue se sustentar como filme próprio, evitando equívocos recentes de filmes do gênero cujo único propósito parece ser criar conexão com outras produções vindouras.
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