Edgard Wright é um dos contadores de historia, mais imprevisíveis
que esse que vos escreve já viu, são filmes alucinados, fora da casinha,
fugindo do estereotipo criado pela cultura pop mundial, na verdade seu barato é
desmistificar esse mundo dentro do cinema pop, suas produções desde 1995 com o
curta metragem Dead Right são baseados em obradas ou subjetivos batidos
conhecidos por muitos, mas que nas mãos dele se tornam populares no gosto
popular vezes pelo exagero, vezes pela seus personagens que sempre tão alguma
coisa que os diferencia do comum, mas o que realmente impressiona nas produções
do diretor é seu excelente controle de cena, agora ele traz ao Brasil o filme Em
Ritmo De Fuga (Baby Driver), aclamado pela critica e com bom faturamento nas
bilheterias, mas será que o filme é realmente tudo isso? Não se preocupe eu te
conto agora.
“Baby (Ansel
Elgort) é um rapaz que precisa ouvir musicas o tempo todo para silenciar
zumbidos que perturba seus ouvidos após um acidente que sofreu ainda criança, ele
é um piloto de fuga incrível de uma gangue de criminosos liderados por Doc
(Kevin Spacey), mas tudo muda na vida de Baby quando ele conhece Deborah (Lily
James) e resolve cair fora da vida de crimes e perseguições.”
Em Ritmo De
Fuga (Baby Driver) tem todos os clichês românticos que você possa imaginar, o personagem
principal é uma cavaleiros das trevas com visual absurdamente ligado aos anos
oitenta, contudo que os trailers vendem o diretor e roteirista Edgard Wright
escolhe por fazer um longa mais leve, com um contexto onde a violência é mais
fantasiosa do que realista e com um protagonista tirado direto de filmes adolescentes
com um apelo popular gigantesco, há nesse filme a busca por um filme mais
fluido, com tiradas cômicas em “time” perfeito entre os atores, logo de cara
não tem como fazer um paralelo com Drive filme de 2012 com Ryan Gosling, mas no
filme de Wright ele eleva todos as qualidades do filme de 2012 a décima
potencia e dando pitadas conscientes do cartoon ao longo.
Os erros
cometidos nos filmes anteriores como os inícios intrincados, redundantes, com sequencias
frenéticas demais e de muita demora em dar inicio ao enredo do filme, aqui ele
resolve esse problema, tem algumas dificuldades no inicio o carro demora em
pegar no tranco, demora um pouco para nos envolvermos com a história, mas a
sensação a todo o momento é que Wright está nos dando o tempo exato de filme
para quando chegarmos ao clímax da produção, onde uma série de reviravoltas
ocorre e torna o longa em um filme surpreendente, inventivo e refrescante, aonde
o diretor com perfeição nos conduz em velocidade máxima e adrenalina no pico
até a conclusão do filme.
Com uma
cenografia de ação fascinante provocando apreensão no espectador, Wright
consegue dosar de maneira perfeita o suspense nesses momentos até o final, o
resultado final que se percebe é extremamente agradável no final das contas, a
escolha das musicas do filme é impecável, não apenas fazem bem ao ouvido por clássicos
que costumávamos ouvir em fitas cassete e lp’s, mas são fatores utilizados para
o desenvolvimento da trama, onde palavra ou trechos de musicas são utilizados
pelo diretor para dar fluidez a narrativa deixando a brilhante aos olhos e aos
ouvidos pela consciência e inteligência com que usa seu truque especial.
Em Ritmo De
Fuga (Baby Driver) demora um pouco a achar o tom entre o cartunesco e o
trágico, para transmitir uma narrativa mais visceral e apavorante, mas foge
conscientemente do sinistro, sombrio, pessimista e macabro de clássico de
perseguição sob quatro rodas, com um roteiro que utiliza de maneira precisa os clichês
românticos batidos, consegue revisitar e provocar a partir de uma trama de ação
e suspense, fazendo uso de uma linguagem extravagante sem deixar de ser uma
produção tradicional, eleva os picos de tensão ao limite fazendo com que
qualquer ponto fraco perceptível seja esquecido ao final do longo, ficando
apenas a impressão de que Edgar Wright com uma imaginação incansável, e que Baby
Driver é um dos filmes mais POP’s dos últimos tempos.
Em ritmo de fuga, é interessante, não? Ansel Elgort esta impecável no filme, ele tem tantos bons filmes, mas esse ressalta sobre os demais. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Recentemente vi Em ritmo de fuga filme legendado e certamente excedeu minhas expectativas, e é algo diferente ao que estamos acostumados com ele. Este ator nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. Lo recomendo muito.
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