A Disney/Pixar demonstra uma boa
vontade enorme quando se trata da franquia Carros, liderado por Relâmpago
McQueen a saga do carro vermelho já teve spin-offs do mesmo universo e até uma
sequencia que até hoje não se entende o motivo de sua realização, o fato é que
passado mais de dez anos do primeiro filme Carros 3 chega nos cinemas na próxima
quinta feira como um final de trilogia que soa conclusiva e digna para fechar
com glorias as aventuras de McQueen e seus amigos.
Durante mais uma disputa eletrizante
nas pistas de corrida Relâmpago McQueen acelerou demais e acabou perdendo o
controle sofrendo um grave acidente, após ter capotado varias vezes e quase ter
morrido, o vermelhinho supercampeão terá a sua vida completamente alterada para
sempre, o acidente que ele sofreu foi tão grave que todos ao seu redor só falam
sobre a possibilidade de McQueen se aposentar e parar de vez de competir, mas
conhecendo ele como o conhecemos ele não se dará por vencido facilmente sem
lutar.
Os roteiristas
Bob Peterson (Up – Altas Aventuras, 2009), Kiel Murray (Carros, 2006) e Mike
Rich (Encontrando Forrester, 2000), praticamente esquecem o filme anterior, e
fazem um filme completamente novo, focado mais uma vez em seu protagonista, mas
o diferencial dessa vez é que dá destaque ao tempo que passa até mesmo para uma
estrela das pistas de corrida, o filme inicia mostrando o que aconteceu nos últimos
anos de McQueen querido por todos a sua volta, vencendo todas as corridas, e
por corre carrega junto uma legião de fãs e todo o carinho de seus
patrocinadores, uma verdadeira estrela desse mundo, o longo alias da ênfase justamente
nisso, nessa zona de conforto em que sua estrela se encontra após anos de
hegemonia uma nova geração de competidores surge nas pistas de corridas e o
espaço de Relâmpago McQueen começa a parecer ameaçado.
O diretor
Brian Fee (Carros, 2006) retorna ao posto após dez anos deixando de lado as
megalomanias do filme anterior, e foca essa nova produção em contar uma
historia com uma narrativa simples muito de acordo com os padrões das estrelas
do esporte, tratando dessa situação em que o tempo impõe limites ao corpo do
atleta que precisa vencer as dificuldades que o próprio corpo coloca para se
manter competindo, deixa claro que o principal competidor de McQueen é ele
mesmo e sua idade, assim a jornada vista na tela é a do protagonista tentando
superar as adversidades para mostrar ao mundo que ainda tem muito pneu para
gastar nas pistas de corrida.
O
interessante nesse filme é o contraponto a o seu filme original de 2006, se
naquela produção McQueen era um jovem em ascensão que não conseguia compreender
a situação que seus adversários mais velhos viviam, agora nesse novo filme ele
é colocado no lugar oposto onde precisa mostrar o seu valor para uma nova
geração de carros mais modernos e mais tunados. É nessa circunstância que
figuras como Rei e Doc. Hudson voltam à tona, com o protagonista percebe que
esta sendo ultrapassado pelos novos competidores, ele decide escrever uma
historia com final diferente ao de seus companheiros de corrida do passado.
Com isso o
filme alterna entre momentos muito bons e outros que surgem como cenas forçadas,
até mesmo algumas participações surgem como algo um pouco sem medida e
destoando do filme, vale destacar o ótimo trabalho de dublagem e adaptação para
a cultura brasileira, inserindo participações especiais de figuras como Silvio
Luiz gerando excelentes momentos principalmente para o publico mais adulto, tem
até a participação de Rômulo Mendonça chamando pelo personagem Doc. Hudson de “Macho
Alfa” repetindo seu famigerado bordão das transmissões no canal ESPN, embora
pareça ser um artificio forçada, se torna uma atenção especial ao publico
brasileiro que recebe vozes mias conhecidas do meio esportivo do Brasil mostrando
o cuidado com um dos países que mais assiste animações no cinema. Infelizmente
o mesmo cuidado não é dado a narrativa, há momentos que deixam bastante a
desejar principalmente em sua previsibilidade, demonstrando subestimar demais o
publico que irá assistir a projeção.
Carros 3 não
tem o melhor roteiro, nem mesmo é o filme mais divertido que a Disney/Pixar já
fez, mas o longo conclui a sua trajetória nos cinemas de forma muito mais
afetuosa que a sua produção anterior, a jornada de Relâmpago McQueen e sua
ligação com o passado faz com que o espectador realmente se emocione, o outrora
jovem corredor percebe que o tempo é um inimigo para os objetivos de um atleta,
conseguindo se conectar novamente com sua audiência, e ao mesmo tempo
tornando-a preparada para o adeus, já que agora ele começa a aceitar o fato de
estar se tornando uma lenda do esporte, e virando um mentor para os mais jovens
assim como Doc. uma vez foi para ele, a filme atrair seu espectador pelo
carinho com que tem por seus personagens, realizando um final digno de uma lenda
como McQueen se tornou nos nossos corações.
Comentários
Postar um comentário