Baywatch - Crítica



            Tem algumas produções que te pegam de surpresa, após todo o marketing envolvido e oferecer um produto que parece ser algo comum, e quando você assiste o produto completo percebe que é algo interessante e divertido, mas tem produções que desde o primeiro momento você sabe que nada bom pode sair de lá, Baywatch: S.O.S Malibu desde o anuncio de que a série ganharia um reboot para os cinemas, sabíamos que não conseguiria fugir da comedia fácil, corpos bronzeados e bem torneados, sem que tenha qualquer coerência narrativa, o blog assistiu ao filme em uma das salas da rede Cinemark e te conta agora nossa opinião.
            O filme é uma visão rearranjada da famosa série de televisão que alçou a musa Pamela Anderson ao topo das mulheres mais desejadas, e a nova produção não foge do tema mostrando desde o início o seu repertorio praiano, em que o seu protagonista Mitch (Dwayne The Rock Johnson) comanda, um salva-vidas queridos por todos a seu redor, responsável pelo a proteção a vidas de inúmeros banhistas lidando com as situações como se fosse parte de seu território, aquele homem é o líder e rei do local o exemplo a ser seguido, seja pelas suas façanhas, pela sua beleza ou pelo seu valor como ser humano, fazer parte de seu time de salva-vidas deve ser o sonho de todos na linda cidade de Malibu.

            Assim o primeiro ato do filme é desenvolvido em volta de uma seleção para novos integrantes para o time de salva-vidas de Mitch, uma disputada acirrada é jogada em cena, cada um dos participantes tentando provar o seu valor para fazer parte da equipe, o fato é que em meio a essa competição totalmente sem noção chega a praia de Malibu Matt Brody (Zac Efron) um famoso nadador, ganhador de duas medalhas olímpicas e conhecida nacionalmente pelos problemas pessoais, ele é enviado ao local para cumprir sua pena que foi revertida em trabalhos sociais, ou seja alguém sem responsabilidade alguma, e sem necessidade de passar pelo rigoroso processo seletivo.
            O conflito que tenta se criar é a tentativa de Mitch mostrar a Brody alguns valores como ser humano, mas o filme embarca em uma forma de narrativa recheada de piadas de duplo sentido, e repleta de impulsos sexuais, tudo é pautado na forma de um estereotipo masculino abordado através da força, do poder e do sexo, enquanto Mitch é mais forte, mais sarado e se dá bem melhor com as mulheres, Brody ainda é só um garoto tentando aprender sobre a vida, e os limites que nela existam, mas com um mentor igual a The Rock ele não vai aprender muita coisa. 

            O diretor Seth Gordon (Quero Matar Meu Chefe, 2011) escolhe por essa logica de humor do início ao fim, sempre ligado a essa visão masculina retrograda, como se o sexo, principalmente com o homem como foco fosse um tabu, um assunto intocável, o filme limita-se a usar desse apelo sexual, objetificando os corpos de homens e mulheres em maior escala, onde a câmera lenta ainda que muitas das vezes sejam utilizadas como piada, surge em cena como desculpa para ver as lindas atrizes Alexandra Daddario, Kelly Rohrbach e Ilfenesh Hadera em trajes de banho minúsculos, assim o longa se desenrola pelo menos até metade do filme.

            Os roteiristas Damian Shannon (Sexta-Feira 13, 2009), Justin Malen (A Última Ressaca Do Ano, 2016), Mark Swift (Sexta-Feira 13, 2009) e Barry Schwartz, na segunda metade do filme entregam uma narrativa totalmente absurda, envolvendo uma conspiração liderada por Victoria Leeds (Priyanka Chopra) uma grande milionária de Malibu, o filme então se abraça ao um humor com foco no ridículo, não se levando em nenhum momento a sério, há nesse momento uma leve melhora na produção que se sai muito melhor em um tom onde o ridículo é explicito e assumido, chegando ao ponto de nem mesmo acreditar naquilo que que está mostrando na tela.

Baywatch: S.O.S Mailbu, é um filme que não sustenta sua premissa, ao achar segurança em clichês extremamente vergonhosos e ultrapassados fazem com que toda aquela narrativa não seja levada em conta ao receba atenção que buscava, percebem o ridículo de tudo ao longo da produção que muda de tom na segunda metade onde parte para o humor ridicularizado, mais irônico, mais abobalhado, fazendo graça de si mesmo. Que fique claro para os envolvidos que uma hora, ou outra, piadas sexuais perdem a graça, em algum momento até mesmo belas mulheres correndo em slow motion vestindo biquínis colados ao corpo cansam o espectador de filmes atuais, como era imaginado desde o início Baywatch vende muito e entrega quase nada.


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