Rei Arthur: A Lenda da Espada - Critica


            Rei Arthur é um personagem interessante a séculos, suas reuniões junto a seus cavaleiros aliados fiéis ao redor da tabula redonda, suas longas batalhas contra os vikings, e claro a magia envolta nesse personagem e principalmente na “excalibur” a mais poderosa espada da história, diziam que davam a ele força descomunal, perspicácia na organização de ataques a inimigos em maior número,  no cinema suas histórias já ganharam várias visões e versões, e porque não explora-la mais uma vez em tempos onde super-heróis fazem tanto dinheiro nas bilheterias, com isso nessa quinta-feira (18 de Maio) chega aos cinemas brasileiros Rei Arthur e a Lenda da Espada, o blog foi convidado pela Warner Bros. Pictures para assisti-lo e te contamos nossa opinião sobre ele.
            Essa nova versão do jovem que retira a espada da pedra é uma forma mais imaginativa e inventiva de contar a história, em nenhum momento se obriga ou deixa a entender que irá contar alguma coisa que lembra a mitologia do líder britânico que liderou a defesa inglesa contra invasores saxões no final do século V, a produção cinematográfica que custou 175 milhões de dólares, é um filme de exageros fantasiosos inspirado nos novos tempos, que sugerem filmes sem avaliar as consequências.

Somos apresentados a trama começa com uma introdução mostrando qual é a guerra que essas pessoas estão enfrentando, com animais gigantescos, magos poderosos, e uma “excalibur” que impressiona por sua presença cênica, logo em seguida um clipe acelerado com uma música que mistura os ritmos folclóricos das regiões nórdicas ao uma batida eletrônica impactante e envolvente, uma série de diálogos curtos é a forma de nos apresentar como funciona a magia nesse mundo, uma série de flashbacks para contar como os pais de Arthur (Charlie Hunamm) morreram, um grande problema do longa é o desejo insaciável de querer ser uma franquia cinematográfica, para isso incha a trama de informações que ao longo de sua exibição são esquecidas e muito pouco aproveitadas, esse erro de roteiro afasta a megaprodução de qualquer coesão narrativa, uma trama que parece não contar com conectores entre atos, pensando demais no futuro, sem apresentar esse filme de forma simples e claro ao espectador.
            Será tolo aquele que ir ao cinema imaginando que assistira algo com traços verdadeiramente reais, uma certa coerência com o período em que o filme se passa, mas não é isso que acontece o mundo do longa é repleto de referências da atual cultura contemporânea até nos looks do protagonista, a trama utiliza pouca coisa da real das lendas contados sobre o Rei Arthur, usa por exemplo o trono roubado do jovem Arthur, a profecia ligada a espada cravada em uma rocha, a figura imponente do herói e seus fiéis escudeiros e da magia que envolve a lenda, porem o que nessa produção de 2017 o que chama mais atenção são suas ligações com os tempos atuais. Quando o pequeno Arthur é exilado ainda pequeno, após o assassino de seus pais, ele é encontrado desmaiado em um pequeno barco de madeiro por mulheres de um bordel que passam a cria-lo, cresce na cidade de Londonium como um garoto de rua, a liderança corre em seu sangue e acaba se tornando líder de uma gangue no meio dessa pequena cidade medieval, ele suborna a polícia, manipula os portos, mesmo se declarando um homem que defende os seus, participa na linha de frente da resistência contra o governo monarca de Vortigern (Jude Law) coisas que seriam impossíveis de acontecer naquela época mas com uma trama que quer misturar de tudo um pouco, utiliza como método afetivo ao protagonista.
            A Direção do longa é de Guy Ritchie (Sherlock) bastante conhecido dos críticos e do grande público, como um diretor que gosta de misturar referências cinematográficas em suas produções, e seu forte apelo pop, o ritmo acelerado de ações (em vários momentos não rítmicos coma narrativa) e a utilização e grafismos pesados, motivos que criam no espectador uma certa excitação quanto a suas produções, infelizmente falta ao diretor o tato de perceber o que realmente precisa estar no produto final, o diretor junto a Joby Harold (Awake,2007) e Lionel Wigram (Sherlock Holmes) escrevem o roteiro e nele utilizam até mesmo do período histórico em que a trama se passa como artificio de estilo, na tentativa de combinar elementos que animem a audiência, junte isso a direção de câmera suntuosa, edição de vídeo frenético, muitas sequencias em slow motion, e clara alusão ao jogos de vídeo game, o resultado final é um filme que é apenas mais uma fantasia medieval para uma história repleta de cenas de ação com um exagero no uso dos efeitos especiais.


            Um ponto extremamente positivo do filme, talvez o grande destaque do longa seja sua trilha sonora espetacular, composta inteiramente por Daniel Pemberton (O Agente Da U.N.C.L.E, 2015) a inteligência em se utilizar de músicas folclóricas da região nórdica e das bretanhas, com batidas de tambor, ruídos, sinos, o som das pesadas armaduras ao tocar no chão, o ritmo imposto em suas composições é uma das poucas coisas que dá movimento a trama, praticamente carrega o filme nas costas, uma boa dica é baixar no spotify a trilha sonora do filme, vale a pena, e apesar do exagero no uso dos efeitos especiais, eles são bem utilizados e o 3D é usado de forma envolvente.

            Rei Arthur: A Lenda da Espada sofre em querer ser demais, uma produção que a todo instante quer entregar ao povo aquilo que o povo quer, buscando satisfazer o espectador com uma adrenalina visual rasa, as longas sequencias de ação em câmera totalmente frenética que passeia em cenários gigantescos, com seres humanos praticando golpes totalmente impossíveis, mais parecendo uma gameplay, em um filme de mais de duas horas repleto de estímulos banais, informações demais, figuras conhecidas sem desenvolvimento algum, com uma narrativa fincado nos tempos atuas, o longa-metragem consegue expor a busca de diretores pelo sucesso fácil ao oferecer ao público aquilo que desejam, quando deveriam buscar entregar algo que o público não sabe quer e ao receber se satisfaz pela surpresa, a nova investida de Guy Ritchie no fim se torna um filme completamente vazio com um apelo na cultura pop moderna.


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