Uma franquia de sucesso é explicada por diversos fatores, mas um dos principais e talvez aqueles que os executivos mais levem em conta, seja o faturamento nas bilheterias, e isso é um assunto que a sequência de filmes no universo de Piratas do Caribe não pode reclamar, com quatro filmes e quase quatro bilhões de dólares acumulados o filme se tornou um dos maiores sucessos comerciais do estúdios Disney, mas os últimos filmes embora tenham mantido o sucesso comercial, não mantiveram a qualidade de produção que caiu gradativamente filme após filme, agora nessa quinta-feira (25 de Maio) chega aos cinemas o quinto filme da franquia e talvez seja aquele que reinicie a franquia no mundo cinematográfico ao incluir novos personagens, eu assisti Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar e te conto o que achei.
Somos introduzidos novamente a vida do azarado capitão Jack Sparrow (Johnny Deep) que senti ao seu redor os ventos de má sorte soprando com ainda mais força quando um grupo de piratas fantasmas liderados por um velho conhecido, o aterrorizante Capitão Salazar (Javier Bardem), que consegue escapar do Triangulo do Diabo com um único objetivo matar todos os piratas na face da terra, e principalmente matar Jack. A única chance que Sparrow tem de escapar é encontrar o lendário Tridente de Poseidon, mas para isso ele terá de fazer uma problemática aliança com a brilhante astrônoma Carina Smyth (Kaya Scodelario) e Henry (Brandon Thwaites) um marinheiro extremamente teimoso, a bordo de se navio miserável o Dying Gull, Jack precisa salvar a sua vida de um dos maiores inimigos que já enfrentou.
O que o filme faz nos minutos inicias é agradável, traz de volta a franquia tudo aquilo que foi interessante na saga, uma aventura leve, despretensiosa, e visualmente estonteante, com ideias visuais bem executadas e muito inventivas, o humor bem colocado, ambientações exóticas em que nada parece combinar com nada, boas sacadas dos dois novos diretores incumbidos de trazer frescor a história, Joachin Rønning e Espen Sandberg (do excelente A Aventura de Kon-Tiki,2013) que mostram técnica aprimorada de filmagem, e boa leitura estética das belíssimas locações .
A primeira metade da produção parece muito os filmes clássicos da “sessão da tarde”, algo muito presente no filme original da franquia, contudo essa nova produção mostra em tela gigante como espremer uma história até o ponto que nada mais saia de lá, o desgaste da série, e a própria narrativa desse novo filme vai se perdendo conforme passam os minutos, que se transformam em horas, e em algum momento você estará pensando em outras coisas, mostrando que se valor de produção sentimental é inexistente, fazendo com que o espectador não se envolva na aventura ao longo de suas mais de duas horas.
O grande problema desse filme é o roteiro de Jeff Nathanson (Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal) com muitos problemas na sua estrutura narrativa, tudo parece acontecer no filme como passe de mágica, sem que seja dada a mínima explicação para o espectador, nem mesmo o encontro dos coadjuvantes Henry e Carina que são jogados em tela de qualquer forma sem nenhum motivo palpável, o longo todo é uma sucessão de coisas inexplicáveis que apenas acham atalhos para uma narrativa que parece preguiçosa, a produção vai decaindo ao longo do tempo dentro do cinema de forma que suas ideias que já não fazem sentido, nem funcionam, parecem ser colocadas na tela de qualquer jeito, apenas como entretenimento barato.
A franquia Piratas do Caribe mostra seu desgaste na forma física do ator que interpreta o protagonista, Johnny Deep a muito tempo não entrega uma interpretação digna de consideração pelas performances fracas, descuidadas, descompromissadas, e aqui ela parece apelas para a comedia pastelão achando que isso fara rir, há um grande elogio a ser feito sim a dupla de diretores noruegueses que mostra esforço e dedicação pelo material fazendo tomadas cinematográficas bem dirigidas, com uma fotografia de tirar o folega de tão belas que são.
Nessa tentativa constante e impensada dos estúdios de Hollywood em manter franquias sem prazo para o fim, irrita e decepciona os próprios fãs que conquista ao longo do tempo, Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar reflete exatamente isso, o desespero de conquistas e reconquistas público, busca usar da memória afetiva dos fãs da saga com humor fácil, mas infelizmente carrega nas costas o peso do cansaço e do desgaste mostrando que não há mais lugar para Jack Sparrow no cinema atual.
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