O cinema nacional é o inflacionado por uma quantidade gigante de comedias, muitas delas repetitivas em elenco, temas e qualidade ruim, quando um filme nacional chega aos cinemas com um gênero diferente mesmo sabendo da dificuldade que encontrara com os espectadores do pais, é uma felicidade simplesmente pela tentativa de fazer algo novo, mas as vezes tentar demais, foge a capacidade dos envolvidos, está em cartaz nos cinemas O Rastro eu vi e te conto agora minha opinião.
João Rocha (Rafael Cardoso) é um jovem e talentoso médico em ascensão na sua curta carreira, ele acaba de ser encarregado de uma tarefa ingrata, supervisionar a transferência de pacientes de um hospital público da cidade do Rio de Janeiro, pois o mesmo está sendo fechado por falta de verba. Quando tudo parece correr dentro da normalidade, uma criança, uma das pacientes desaparece no meio da noite sem deixar vestígios, levando João à beira da loucura em um ambiente obscuro, misterioso e perigoso para encontrar algum “rastro” da menina.
O problema dessa nova produção nacional é chegar aos cinemas no momento em que o gênero de terror encontra-se num patamar de qualidade muito algo, simplesmente lembrar do sucesso impressionante dos filmes de James Wan no Brasil, ao pensar que só porque está fazendo um filme de terror no pais é fazer algo novo a produção subestimar o que tem sido visto até agora no gênero de horror, dirigido por J.C. Feyer e escrito pela dupla Beatriz Manella e João Rocha (Mato sem Cachorro) um trio pouco experiente no mundo cinematográfico, mas corajoso ao se colocar em um gênero onde o nível técnico subiu consideravelmente nos últimos anos.
Um dos maiores problemas do filme é a fragilidade narrativa do roteiro, em que a cada ato parece perder as suas pretensões inicias, acreditando que isso possa surpreender o espectador, o fato é que sem uma boa narrativa, fluida, coesa e principalmente coerente no seu desenvolvimento ao longo de seus 110min, a produção é tomada por um sentimento de deixar muito clara as suas raízes no terror, diretor e roteiristas escolhem pelo caminho de carregar o visual da obra com uma afetação estética e técnica, um filme que procura por mostrar o seu valor de produção, sua capacidade de se igualar a produções de fora, fazendo desse feito também um problema, ao caminhar por caminhos óbvios do cinema de gênero, aquele que busca o susto fácil, fazendo com que a película se torna somente mais um filme genérico do produto original, mas sem a potência necessária.
O Rastro é uma alegria pelo motivo de ser a tentativa de pessoas inteligentes em se utilizar de outros gêneros que não somente a comedia para alimentar o cinema nacional, mas por ter um narrativa frágil, desperdiça sua chance de assustar pelo horror da trama que poderia ter sido melhor pensada, existe nele uma confusão narrativa mostrando que não sabe exatamente o que o longa quer mostrar ao seu espectador, uma insegurança que nesse tipo de gênero não é permitido, o cinema de terror permite a pessoas sem coragem de seguir em frente, não dá espaço para inocência, mas fica ai o nosso pedido, de que venham mais filmes nacionais de todos os gêneros, lembrando que até no Oscar principalmente prêmio do cinema mundial já estivemos.
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