Foram setenta e cinco anos de espera por uma aventura solo da mulher mais poderosa da DC Comics nos cinemas, porém não faltaram tentativas para que isso acontecesse, séries de tv, desenhos animados, até que agora em 2017 chega aos cinemas interpretada por uma ex-miss, ex-recruta do exército israelita Gal Gadot recebia em 2013 o peso de interpretar a personagem no filme Batman Vs. Superman com uma participação elogiada pela maioria, crescia a expectativa do que a atriz conegueria fazer no voo solo da Mulher Maravilha, dirigido pela talentosa Patty Jenkins (Monster,2003) o filme da parceria Warner/Dc chega aos cinemas nessa quinta (1 de Junho) eu assiti e te conto minha opinião.
Somos apresentados a origem da personagem que antes de se tornar a heroína, era Diana (Gal Gadot) princesa das Amazonas, treinada para ser uma guerreira invencível, criada em uma ilha paradisíaca afastada até que um piloto americano Steve Trevor (Chris Pine) que sobreviveu à queda de um avião vai parar na costa e conta para as amazonas sobre um grande conflito que a ameaça o mundo externo, Diana então resolve sair de sua casa, convencida que pode interromper a ameaça, lutando ao lado dos homens na guerra das guerras, ao longo desse trajeto ela descobrirá mais sobre seus poderes e sobre seu verdadeiro destino como heroína.
A pressão sobre o filme não era fácil, o primeiro longa-metragem estrelado por uma super-heroína dos quadrinhos, mas a diretora Patty Jenkins com muito inteligência e perspicácia acerta o mais difícil até aqui para os filmes da Dc Comics, o tom do filme, ao escolher por um caminho mais simples de uma história clássica de origem, bem estruturado, com ajuda do roteiro muito bem escrito por Allan Heinberg e Geoff Johns, calculistas o trio apresenta Diana e seu mundo para o espectador geral, claramente com inspirações no Superman (1978), Jenkins conduz a narrativa de forma leve e encantadora, recheado de um sentimento calorosa e intercala muito bem com impressionantes cenas de ação.
O roteiro não se alonga em nenhum momento para explicar a origem de Daiana, criada na linda Themyscira, superprotegida pela mãe a Rainha Hipólita (Connie Nielsen), a origem dessas fortes mulheres amazonas é contato na forma de uma história para dormir, o que inspira a jovem Diana a buscar em segredo treinamento de luta junto a tia Antiope (Robin Wright), que no caminho de treinos leva a descoberta de sua força descomunal, logo em seguida a chega de Steve Trevor a ilha que introduz então a trama da Pimeira Guerra Mundial, muito bem representada no filme, de maneira elegante e inteligente, a diretora conecta o espectador a seu filme.
Essa utilização de elementos narrativos simples, e foco na conexão emocional entrega a Mulher Maravilha uma beleza sentimental que muito lembra aos filmes antigos, essa mulher tão forte, mas carrega uma ingenuidade que se distancia da atual realidade para abraçar forte o mundo fantástico, permitindo-se a soluções doces, a sua narrativa, em alguns momentos de delicadeza emocionantes, a diretora dá espaço suficiente para momentos divertidos, como esses contrastes de personagens, Steve Trevor único homem em uma ilha povoada apenas por mulheres, Diana uma princesa guerreira tendo de lidar em um mundo extremamente conservador, esse choque frente as regras sócias direcionadas às mulheres na época, onde eram restringidas as roupas que vestiam e não tinham direito de ação nem opinião, mostra sem maquiagem o ridículo da situação sem que seja necessário em nenhum momento assumir uma postura de mais didática sobre o assunto.
O filme se desenrola com uma naturalidade impressionante, a partir de um roteiro bem escrito, bem desenvolvido e muito bem pensado, você percebe a preocupação de envolver o espectador na relação dos personagens entre si, a diretora diminui a velocidade do filme para dar tempo de cena para coisas que podem parecer pequenas como Steve Trevor ensinar Diana a dançar, é simples mais emociona, pela importância que tem, e ver a importância que a personagem dá ao aprender, todos os personagens apresentados no filme fazem parte da construção da heroína no filme, fazendo de suas opiniões e ações mais complexas, mais humanas, um acerto que passa pela excelente escalação de elenco que entrega além de boas interpretações acertando o tom de seus personagens dando ao filme o correto equilíbrio entre o drama e o humor na medida certa, chama a atenção os bons trabalhos de Lucy Davis que vive Etta Candy e Said Taghmaoui que interpreta o árabe Sameer.
Como filme é feito por humanos e como humanos que somos cometemos erros, aqui não é diferente a construção dos vilões parece não ter a lógica do restante do filme, Ares é o responsável final pela transformação de Diana princesa guerreira em Mulher Maravilha a super-heroína, mas a produção peca ao tratar esse vilão, pois não encontra equilíbrio entre trata-lo como inimigo comum ou um ser mitológico com várias formas, tem sim boas cenas envolvendo a Doutora Veneno (Elena Anaya) e com o General Ludendorff (Danny Houston), mas ainda assim não entrega um grande vilão para uma heroína desse porte.
Mulher Maravilha é sem dúvida nenhuma um dos melhores filmes de super-herói já feitos, era o filme que Warner/Dc precisavam e conseguiram, colocam a personagem no centro da ação em uma história muito forte e extremamente humana, bem resolvida e com uma direção firme e calculada, se colocando no topo da conversa sobre a força feminina em alcance universal, um filme que equilibra de forma certeira os talentos de mulheres e homens em sua produção, o que se vê na grande tela é a heroína que todos nós precisávamos, em uma luta por mais amor, menos guerra e claro mais Daiana por favor.
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