Acordar preso a um dia, e descobrir qual o motivo que te mantem nesse dia, e que faz dele um dia diferente dos outros, o que passou despercebido por você, esse tipo de tema não é novo no cinema, um dos meus filmes preferidos tem essa temática Feitiço do Tempo (1993) com Bill Murray, agora chega aos cinemas do Brasil pela Paris Filmes, Antes que eu Vá (Before I Fall) uma adaptação de um Best-Seller mundial escrito pela autora Lauren Oliver, sucesso entre a crítica e acumula uma legião de fãs ao redor do globo, nós assistimos o filme e te contamos o que achamos dessa nova adaptação de livros para os cinemas.
Samantha Kingston (Zoey Deutch) é uma jovem que tem tudo o que um adolescente quando está no colégio sonha em ter, junto a Lindsay (Halston Sage), Elody (Medalion Rahimi) e Ally (Cynthy Wu) são as garotas mais populares da escola, namora o garoto mais bonito Rob (Kian Lawley) e ainda mantem boas notas acadêmicas, no entanto a vida perfeito que acredita ter chega a um final abrupto e repentino no dia 12 de fevereiro, um dia que poderia muito bem passar despercebido na vida agitada dessa garota se não fosse o dia de sua morte, mas segundos antes do seu fatídico último momento na terra ela ganha uma nova chance de mudar esse dia de alguma forma e fazer a sua existência ter valido a pena, e talvez mudar o rumo da vida.
Reviver o mesmo dia é tão clichê nos cinemas, que filmes que costumam tratar dessa temática acabam ficando cansativos e falhando em sua intenção de fisgar o espectador, mas o roteiro de Maria Maggenti (Monte Carlo, 2011) consegue alterar o rumo comum de filmes desse gênero de uma forma simples e delicada que ao decorrer do filme você nem se lembra mais de que se trata de um tema requentado tantas vezes, o inteligente roteiro consegue se safar de sua pouca originalidade, pois constrói sua narrativa de forma muito bem estruturada para que o tempo embora muitas vezes repetitivos, passe de forma rápida o bastante para atrair a curiosidade e atenção de quem assiste.
A direção da jovem Ry Russo-Young (Caminhos Para o Coração, 2012), explora a metáfora da repetição de forma inteligente e sensível, envolvendo público em sua trama que ao contrário do que se espera pelos trailers, é sobre um amor ao que tem ao seu redor e você as vezes não enxerga, ou até mesmo enxerga mais não valoriza, fato que vai de contra o esperado nesse tipo de filme, é uma descobre minuto a minuto das pequenas coisas do seu dia, que juntas podem salvar não somente a sua vida, mas várias. Talvez aí surja mais uma pergunta interessante, o que de fato significa a sua vida? Você dá valor o que você tem?
É bonito ver o trabalho da diretora e da roteirista em jogar de forma interessante com a teoria do caos, aqui em “menor” escala talvez, mas ao avaliar essa questão de viver a vida inconsequentemente ser pensar nas consequências de suas atitudes, e ver onde suas escolhas podem te levar caso você não faça algo antes, conectam o espectador a trama e criar uma empatia com a protagonista ao longo do filme, junto isso a uma trilha sonora pop de músicas do momento. A produção comete alguns erros ao longo do filme, algumas vezes as músicas não funcionam com determinado momento da trama, a protagonista demora um pouco demais em resolver o problema, e se você não der tanta atenção na meia hora inicial do filme, você vai até torcer para a protagonista no final.
Antes Que Eu Vá não traz nada de surpreendente a um gênero narrativo bastante conhecido do grande público, talvez canse um pouco pelas repetições do segundo ato e até faça você sentir raiva da protagonista por suas atitudes pouco sensíveis perante os outros a seu redor, consegue envolver o espectador de forma inteligente, e consegue fazer com que instigue quem está assistindo a avaliar as suas atitudes, as escolhas que você faz, quem sabe você tenha um dia? Cem dias? Mil dias, mas faça cada um deles valer a pena. “Porque talvez pra você exista um amanhã?”
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