Alien: Convenant - Critica


            Quando em 2012 um filme chamado Promotheus prometia através de seus trailers, reviver o universo aterrorizante sem perder o senso de aventura espacial que o monstro xeromorfo criado por Ridley Scott tinha, mas no instante em que a produção liderada por Michael Fassbender se desenrolava, menos ligados ao universo de terror era, e menos vontade de desbravar por parte do espectador, por aquela trama que estava sendo mostrada, não se sentia mais aquele elemento que fez com que a franquia Alien seja tão famosa, o horror, o medo, agora Ridley Scott retorna ao universo com Alien: Convenant, o blog assistiu ao filme e te conta se tem aquele elemento especial.
            O filme começa com o android David (Michael Fassbender) junto ao seu criador Peter Weyland (Guy Pearce) logo no após sua criação, naquele momento com uma troca de palavras descobrimos a chave para tudo que a sequência de Prometheus almeja alcançar, dentro de ambições de certa maneira filosóficas, a produção se esforça muito para ser um diferencial de tantas tramas vistas e revistas no cinema atual, se na produção anterior a narrativa era sobre a obsessão de encontrar o criador, em Alien: Convenant a trama é sobre o desejo do homem em ser Deus.
            Anos se passam e somos apresentados a o grupo de pessoas que foram escolhidas a dedo, para colonizarem um planeta com características muito próximas a da Terra, assim que acordam do sono em suas câmaras criogênicas a tripulação tem um primeiro susto, um incêndio com terríveis consequências, quase que um sinal de alerta de que a partir daquele momento as coisas só tenderiam a piorar nessa missão espacial, a trama do filme se desenrola após essa nave receber um sinal, uma música vindo de um planeta muito distante, atraindo a tripulação imediatamente para o local, nesse lugar descobrem que a ameaça pode ser ainda maior do que eles poderiam imaginar.


            Alien: Convenant conseguem com muita inteligência por parte de seus roteiristas John Logan (007 – Skyfall) e D.W. Harper (João e Maria: Caçadores de Bruxa), pois se utilizam muito bem da mitologia pretensiosa contida em Prometheus e a claustrofobia aterrorizante de Alien: O Oitavo Passageiro (1979), a habilidade do roteiro ao colocar esse novo filme entre essas duas obras, ainda que falte alguma coisa que as uma de forma homogênea, impressiona o senso de compreensão da equipe em transitar nesse universo que parecia ser sobre descoberta, para se tornar um filme de tensão e suspense visceral, com muito sangue, trazendo de volta o filme a sua origem de onde nunca deveria ter saído.
            Existe ainda nesse novo capítulo da franquia um forte necessidade em desenvolver a mitologia dessa criatura espacial, ampliar o universo de  uma criatura que poderia ser apenas mais um monstro de filme de terror, Alien é muito mais complexo que isso, mas não deixa em momento algum de ser aterrorizante, quando a tripulação chega no planeta a ser desbravado são recebidos por uma criatura nada convidativa e terrivelmente horripilante, ainda não é um xeromorfo, mas algo próximo de ser, parte da equipe entre eles Walter outro androide interpretado por Michael Fassbender, e a Comandante Daniels (Katherine Waterson) são resgatados por David, nesse momento se firmam algumas dinâmicas de cena bastante interessantes e curiosas de ser assistidas.


            Configura-se nesse filme um novo antagonista, muito mais complexo que uma criatura faminta por sangue, um personagem que desenvolve um plano tão ambicioso e inventivo que garante o terror e o medo, para muitas outras gerações, nessa escolha narrativa de criar um grande vilão para toda a franquia, Michael Fassbender que já se destacava perante ao elenco do filme anterior, aqui ele se torna maior que a própria criatura. Frio, calculista, sínico há na interpretação de Fassbender uma dissimulação humana, como se tentasse mostra sua capacidade de aproximar-se das capacidades humanas e ainda por cima supera-las, como se a cada passo daquele personagem fosse programado, milimetricamente calculado, fazendo com que as cenas em que o ator está sejam assustadoramente perfeitas, e aterrorizantes.
            A produção é um exercício de gênero, e Ridley Scott o domina como poucos, realiza esse filme com uma carga de suspense impressionante, o medo vem do silencio, em uma caça constante e silenciosa, onde as presas não sabem ou não enxergam de onde a ameaça pode vir, bem construído, o suspense em Alien: Convenant não é baseado em simples “jumpscares”, mas na mira certeira do diretor e perfeito uso de câmeras e cortes, que sabe o que deve ser mostrado e o que deixar na mente do espectador, com isso construindo medo e causando surpresa com a sanguinolência que vem a seguir.

            Alien: Convenant é a volta de Ridley Scott com sua franquia do monstro xeromorfo ao terror, com um último ato brilhante, cheio de sangue e violência trazendo o resultado de toda aquela obsessão pelos mistérios que Prometheus não respondeu, apresenta o desejo de destruição presente no desejo do homem em ser Deus, a conclusão dessa obra é repleto de medo elemento de sucesso da franquia se primordial para que o novo público entenda o que significa a produção original, falta ainda a conclusão dessa série aclamada, mas esse novo projeto entrega tudo aquilo que promete e se torna essencial após o insucesso do filme passado, Scott tem muitos truques nas mangas e quando os usa mostra porque é um diretores mais renomados do cinema.


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