Vida - Crítica



            Quando em 1979 estreava Alien: O Oitavo Passageiro talvez uma das maiores revoluções do gênero ficção cientifica no cinema, Ridley Scott se consagrava ainda mais não apenas por fazer um filme que não somente reforçava o sentimento de tensão e urgência dentro de uma narrativa, mas também criava cenários impressionantes que ajudava a inserir em sua produção uma grau a mais de originalidade, é necessário para isso inventividade e mente aberta para deixar sua imaginação navegar sobre o gênero em que se trabalha, citar O Oitavo Passageiro não é uma escolha de graça, chega aos cinemas Vida (Life) uma produção que parece beber de mais na obra de Ridley Scott.
            Vida conta a história de uma tripulação de astronautas que pesquisa a existência de organismos em marte, quando encontram uma forma de ”vida”, o grupo formado por Dr. David Jordan (Jake Gyllenhaal), Dra. Miranda North (Rebecca Ferguson), o engenheiro de sistema Rory Adams (Ryan Reynolds), o piloto Sho Murakami (Hiroyuki Sanada), tem ainda o biólogo Hugh Derry (Ariyon Bakare) e a comandante da Estação Espacial Ekaterina Golovina (Olga Dihovichnaya) eles decidem partir para uma etensa pesquisa, com objetivo de concluir se há existência de outras manifestações de vida no universo e levar essa nova espécie para de volta para Terra, mas é a partir do momento em que a criatura chega a espaçonave a criatura tem uma espécie de evolução natural e cada membro torna-se uma possível vítima, a produção se utiliza de todas as estruturas do filme do fim dos nos setenta, para alcançar os mesmos objetivos, como se cada plano de câmera, ou cada página do roteiro do filme implorasse a nós espectadores que esqueçamos ou não tenhamos visto o filme de Ridley Scott.
            O objetivo do diretor Daniel Espinosa (Crimes Ocultos) com essa produção é o simples e puro suspense, colocar sua audiência numa espiral crescente de tensão que resulta em sentimento de claustrofobia a bordo da estação espacial diante de um perigo que evolui naturalmente a cada tripulante, para isso o diretor se utiliza de um realismo impressionante, a tripulação encontra-se em uma nave que realmente poderia ter sido construída nos dias atuais, se isso pode trazer a trama um sentido de proximidade com a realidade, há nisso também um forte limite de configuração, se o visual de Alien sugeria uma maior tensão, aqui se parece mais com algo visto em documentários, essa decisão do diretor sueco o restringe no trabalho pratico de condução de cena e estético.
            As obviedades do filme é algo que gera um certo incomodo ao espectador em todos os graus, deixando ao longo de sua projeção a sensação terrível de já vi isso antes em algum lugar, escrito por Rheet Reese e Paul Wernick (Zumbilândia e Deadpool) eles fazem questão de anunciar em caixa-alta tudo aquilo que vai acontecer, antecipando a narrativa tirando da audiência a chance de se surpreender com algum coisa, se o Alien cheirava tensão e medo, deixando as sensações à flor da pele, aqui há a tentativa de explicar aquilo que você deve sentir ao que está sendo mostrado, a leitura do que significa ficção cientifica pelos roteiristas e diretor são beaseadas infelizmente na repetição daquilo que virou marco histórico do cinema de gênero, sem nem ao menos ter consciência daquilo que está sendo feito ou sentido ao ser feito.

            Ao longo de seus 104 minutos Vida tem alguns momentos interessantes, uma cinematografia rica, um elenco renomado, e um orçamento considerável, mas não busca em momento algum tentar refrescar um gênero que acumula uma quantidade de fãs ao redor do mundo gigantesca, e comprova que beber da fonte é bom mas enfiar a cabeça debaixo dela não dá certo, filmes de  ficção cientifica necessitam de algo que não tem preço, e muito particular de seus realizadores a inventividade criativa, é uma produção que assusta mas não inova, sabe qual formula deve ser utilizada para fazer a conta dar certo mas não consegue encontrar o resultado esperado.


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