Quando a Marvel decidiu fazer um filme sobre cinco personagens desajustados, que não tinha tantos fãs, em comparação com os seus heróis principais, era um risco que a casa das ideias e seu diretor responsável cabeça pensante Kevin Feige estavam dispostos a corres, chamaram um diretor que ama histórias em quadrinhos, deu a ele, liberdade criativa para fazer a sua versão dos Guardiões da Galáxia , em 2014 estreava sem muitas expectativas, mas no momento em que o grupo de malucos do espaço chegou aos cinemas, arrebatou multidões e milhões ao redor do mundo, a arrecadação mundial acima dos U$770 milhões mostrava que eles precisavam voltar ao cinema para uma nova aventura, então chegou nessa quinta-feira 27 de abril, Guardiões da Galáxia Vol. 2, eu assisti e te conto o que eu achei sobre a sequência da franquia.
Era difícil imaginar para onde James Gunn poderia levar a sequência de sua criação tão elogiada, o mais simples seria manter tudo aquilo que havia tido recepção positiva do público no primeiro, e acertas as pontas soltas que havia deixado, algo considerado ousado diante dos seus colegas de Marvel. A sequência chega com a responsabilidade um pouco maior do que o primeiro, pois agora as pessoas os conhecem, torcem por eles, e sabem a característica de cada um desses anti-heróis, a dúvida que ficava em questão era como manter a originalidade em algo que era original do início ao fim, mas para a alegria dos fãs e daqueles simpatizantes pelos personagens Guardiões da Galáxia Vol. 2, é mergulho profundo em uma das mais divertidas montanhas russas de emoções, se no primeiro filme o Gunn fez alguma concessão para se adequar de alguma forma a famosa ”fórmula Marvel” aqui ele se despe de qualquer responsabilidade em conectar seu universo ao restante das outras produções, após o sucesso do primeiro filme a sequência claramente assume uma liberdade sem limites, explora quase em sua totalidade aquilo que há poucos anos atrás surgia como ideias, seja na forma como lidavam com o material base, o visual do primeiro filme foi melhorado e muito, e os temas que de forma juvenil tentavam se conectar ao Universo Cinematográfico da Marvel aqui são deixados de lado.
O mais importante a sequência abraça sua comicidade e a química perfeita do elenco, se nos outros filmes do universo expandido parece haver uma obrigação com as tiradas humorísticas, que muitas vezes não tinha nem graça, nem logica, aqui existe a intenção em fazer uma comédia de ação espacial, acima de qualquer outra coisa, Gunn que além de dirigir, assina o roteiro do filme sozinho, fazendo com que o filme seja mais coeso do início ao fim, onde a comédia dá o tom da produção, dando mais espaço aos bons momentos de ação e de drama, onde todos estão sempre a serviço desse lado cômico que caminha de mãos dadas com os heróis do espaço.
Guardiões da Galáxia Vol.2 é escrachado, faz graça de tudo, inclusive consigo mesmo, o fato de não se levar a sério, deia a produção mais leve e divertido, há piadas que os personagens tiram sarro um do outro, um humor totalmente voltado para a diversão do seu espectador, esse fator de comédia faz com que a conta feche, e atua muito numa consciência daquilo que esta retratando, utilizando os filmes de super-heróis como uma objeto a ser desmistificado, ou seja em que seus clichês possam ser engraçados sem ser piegas e podendo ser satirizados, é dessa forma que o filme assume seu caratês irônico, canastrão, um longa que a sua seriedade está abeira do senso de humor.
As escolhas de elenco em nenhum momento são atoa como Silvester Stallone (Stakar Ogord aka Águia Estelar), Kurt Russel (EGO o planeta vivo), os atores transbordam canastrice, com muita graça e bom humor, o mais interessante é como todo esse tom não faz da produção um filme despreocupado com o que está lidando, pelo contrário assim como o primeiro filme, talvez seja esse o filme que mais se preocupe com os personagens, a forma honesta e bem humorado com que lidam com o mundo que está ao seu redor seus problemas e suas missões, algo que faz com que o espectador se identifique na figuras de Peter Quill (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldana), Drax (Dave Bautista), Baby Groot (Vin Diesel) e Rocket Raccoon (Bradley Cooper hilário) imediatamente, se a comédia muitas vezes parece juvenil, conseguindo tirar uma piada de tudo, isso reflete quem eles são.
Mas a produção tem alguns erros, a todo momento deixa tudo que cerca os temas com que está lidando de forma extremamente repetitiva, praticamente desenhando para seu espectador em diálogos tudo aquilo que já ficou estendido pelo entrelinhas narrativas, é irritante a quantidade vezes que os personagens repetem que se sentem parte de uma família dentro dos grupo, isso pressupõe uma desatenção de seu espectador, que pode até ser verdade, mas torna um filme de certo ponto singular e faz algo totalmente didático, reafirmando coisas já colocadas desde o princípio, o primeiro ato do filme é um pouco arrastado, estendido demais, roteiro entroncado, o com desenvolvimento irregular, surgindo várias vezes ao longo da produção a necessidade de repetir mensagem de que o público não está prestando atenção.
Guardiões Da Galáxia Vol.2 tem alguns problemas, mas nenhum deles tira o mais importante, a diversão, coerência e bom humor presente na produção, ao se desprender por completo do universo interligado de filmes da Marvel Studios, e abraçando as melhores ideias que se destacaram com o público no primeiro filme, explorando-as ainda mais, fazendo com que o filme de James Gunn amassa a formula Marvel faça uma bolinha e jogue-a no lixo, mostrando que a estrutura fixa da casa das ideias demonstra cansaço, ao compreender de forma perfeita o material base que tem em mãos, sabendo as possibilidade que podem ser trabalhadas e desenvolvidas, brincando com seu gênero e organizando suas temáticas de formas coerente movimento o universo de super-heróis no cinema, o filme e seu diretor conseguem se consolidar como um dos títulos mais interessantes entre todas dentro desse universo que compartilham.
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