Bates Motel - Critica


De volta a 2012 quando anunciaram uma série sobre Norman Bates que serviria como preludio ou não, para um dos filmes de terror mais aclamados de todos os tempos Psicose do gênio Alfred Hitchcock, mas os fãs do universo esquizofrênico e os críticos estavam relutantes, quanto a capacidade dos envolvidos em conseguir fazer algo que principalmente não denegrisse a história do filme de 1961, cinco anos depois da estreia, na última segunda-feira dia 24 de abril foi ao ar o episódio final de uma das melhores séries já produzidas.
Trazer Norman Bates (Freddie Highmore) de volta ao foco de uma produção, com todas as suas esquisitices, e introduzi-lo nos tempos atuais não seria nem de perto tarefa das mais fáceis, apresentar a relação de amor incondicional de Norma Bates (Vera Farmiga) por Norman aos fãs que conheciam o personagem de 1961, mas só imaginavam as conversas, as brigas, a troca de carinho dos personagens que transmite uma sensação de amor mais forte do que qualquer outro sentimento, a psicopatia de Norma e Norman era reativa, mas sem pudor a cada ação que os dois sofriam no início da produção em 2013, tinha uma reação mortal, e sangrenta. Mas nada do que estamos falando aqui funcionaria sem um par de protagonistas de alto nível a entrega de Highmore e Farmiga a seus personagens é absolutamente brilhante, tanto que garantiu a serie em seu ano de estreia garantiu a Vera Farmiga uma nomeação na categoria de Melhor Atriz em Série Drama no Emmy principal prêmio da indústria de televisão americana, é a partir das cenas dos dois que temos noção do que Norman possa se tornar em um futuro não tão distante.


A coragem de Carlton Cuse, Kerry Ehrin e Anthony Cirpiano era recompensada a cada episódio que assistíamos, a surpresa de todos com a excelente qualidade de texto, roteiro e direção era de encher os olhos, tentar ligar sua história a obra de Hitchcock ao mesmo tempo de forma em que não tinha a obrigação de fazê-lo, mas dava aos fanáticos pela obra original exatamente aquilo que queriam ver, como de onde surgia a paixão de Norman por taxidermia, ou a relação dele com o irmão Dylan (Max Thieriot), a tão famosa cena do banheiro estrela por Marion Craine (Rihanna) mas com um final bem diferente daquilo que você espera, os fãs do filme e os que nem conheciam o material base se encantavam a cada segunda a jornada em que éramos conduzidos até vermos o momento fatídico onde a psicose vencia o jovem Norman, e ele se entregava a loucura de braços abertos, com protagonistas viciantes, tramas e arcos bem construídos e show de interpretação temporada a temporada, a série foi conduzida de maneira quase perfeita.


Em sua quinta temporada o ciclo foi fechado, a história tão bem desenvolvida precisava de um final, e que final, poético pode se dizer, na quarta temporada a série já havia nos mostrado que não pouparia esforços para fazer a melhor temporada possível, mas é na quinta e última temporada que os roteiristas mostram que tem talento d sobra para nos surpreender, se fosse escolher um subtítulo para temporada como várias séries tem feito, essa poderia facilmente ser chamada de Psicose, pois vemos Norman perder o controle de sua mente, Norma toma controle de seu corpo várias vezes, ele já não sabe mais quando está acordando ou quando tem um apagão, o medo que ele sente de si mesmo é angustiantemente bem desenvolvido, conseguindo assim entregar episódios com boa dose de drama, e excelente dose de suspense que deveria ser assistida por alguns “gênios” do cinema de gênero.
Amar ou Odiar Norman Bates? Nos vemos envoltos nas fantasias criadas pelos produtores, vendo um personagem cada vez mais triste com a verdade que o aflige, é aqui a temporada de Freddie Highmore o jovem entrega um show de interpretação semanal dividido em dez episódios, tudo nessa temporada de Bates Motel deveria e se os deuses da televisão forem generosos serão nomeados a grandes premiações, desde a direção e cinematografia, os roteiros e textos vibrantes, e o elenco afiado, todos passam para o espectador a sensação de estar dando tudo o que tem para se despedir de seus personagens em alta, e concluir uma jornada da melhor maneira possível.



Caso não tenha ouvido falar sobre Bates Motel, vai uma dica assista-o a maratona vale a pena, são cinco temporadas, cada uma com dez episódios e cada episódios com 44 minutos no máximo, mas um alerta esteja preparada para ser conduzido em uma viagem alucinante, que será impossível parar depois de começar, mesmo que você pare um pouco a história as imagens que você verá, te darão ainda mais curiosidade de saber o que vem a seguir, algumas escolhas de direção são diferentes do que você possa estar acostumado, mas abre a mente, relaxe não fique preso naquilo que seja a sua zona de conforto, pois a função dessa série é balançar você, e tudo aquilo que você acredita, abrace a loucura de Norma e Norman, que passados os cinquenta episódios você nem sentirá o tempo passar, e só o que sobrará é saudade da loucura desses personagens icônicos.


Comentários