O remake de A Bela e a Fera, quando foi anunciado tinha Emma Watson e Guilhermo Del Toro, como líderes de uma das produções da Disney, mais icônicas, a baseado no original de 1991 que conseguiu a história indicação ao Oscar de Melhor Filme, tinha músicas que estão marcadas em nossas lembranças, e uma história de amor pura, através dos olhos de uma princesa não tão delicada, mais afrontoso, mais inteligente, perspicaz e com o dom de ver a bondade em cada pessoa, Belle era um marco na Era De Ouro Disney.
Quando Del Toro estava no projeto a intenção era de contar a produção de um novo ponto de vista, mas a Disney achou que a produção se distanciava muito do original e com isso o diretor deixou o projeto, quando a Disney anunciou Bill Condon (Saga Crepúsculo) como substituto imaginávamos o que os estúdios criadores do Mickey Mouse queriam, era refilmar cada cena com ainda mais história, mais detalhes e trazer a mágica a onda de Live action, que tem conseguido bons números nas bilheterias, mas não tem a emoção, a mágica do estúdio, Mogli no ano passado conseguiu fazer efeitos especiais espetaculares, com uma direção firme e inteligência do material que Jon Favreu tinha em mãos, talvez esse tenha sido o grande problema de Condon não achar o meio termo entre trazer o original agora com pessoas e incluir extras com a mesma emoção e magia que o original consegue.
Evidente que cada música, fala, cenário ou sequência que são filmadas para te fazer lembrar da clássica animação dirigida por Gary Trousdale, é necessário dizer que tudo isso vai fazer você fazer uma linda jornada de volta a infância, pois é uma adaptação praticamente literal, até mesmo os método de gravação, utilizando muitos movimentos circulares, vários planos horizontais, tudo está na tela, as músicas que nem vou mentir sei de cor, o famoso vestido amarelo não tão bonito quanto o original, a valsa do casal entre outras coisas. As repetições desses momentos dão calor ao coração pela proximidade que muitos têm com a produção original, mas o problema seja falta de sutileza do diretor que não consegue trazer para esta milionária produção o charme que o original tinha.
Um problema grande da produção foi não compreender esse material, A Bela e a Fera de 2017 se auto intitula um musical, o original de 1991 era uma animação de romance onde as músicas entravam em cena como fala dos personagens, fazia sentido, era comovente, tocante, cada nota era para te explicar como era a história de cada personagem, esse não os cenários belíssimos por sinal, são utilizados como palcos da Broadway onde cada cena musical vira um espetáculo visual coreografado, o filme acaba virando uma junção de diversos números de dança e música e são através deles que a narrativa é compreendida. A Bela e a Fera é como uma sinfonia, os arcos se dão através de cada estrofe, e o ritmo vem através das diversas melodias criados pelo gênio Alan Menken, mas essas cenas musicais, beirando Broadway é onde o diretor se destaca, as cenas são bem dirigidas, e bem coreografadas, e ainda conseguiu juntar talvez um dos melhores elencos de live-action da Disney, Josh Gad (La Feu), Luke Evans( Gaston), Dan Estevans (Fera) e Emma Watson (Belle), sem contar os objetos do castelo que é formado por uma constelação de atores premiados.
Um grande destaque do filme são as escolhas estéticas do diretor que ajudam o longa a criar uma atmosfera fantástica através de seu visual, a leveza dos números musicais e a criatividade da vida dentro do castelo aliados a uma cinematografia elegante e rica em detalhes, fazem parte da composição do longa, foi um grande erro não chamar a equipe de efeitos visuais de Mogli: O Menino Lobo que consegue com maestria transformar animais, e floresta em material tativo ao espectador, os efeitos especiais desse filme infelizmente são superficiais demais, principalmente seu protagonista que não funciona, o ator Dan Stevans até consegue dar uma boa qualidade a com sua voz bem postada, mas destorcida, infelizmente o visual da Fera incomodou demais esse critico, em vários momentos mas principalmente na valsa.
Um adas melhorias desse filme foi utilizar melhor o personagem LeFou (Josh Gad) muito pelo talento do ator, se arco no filme é interessante e curioso, quanto a ele ser gay, nem o filme da essa importância toda que o diretor deu ao anunciar a presença de um personagem assumidamente homossexual em uma produção da Disney, o personagem é engraçado, sua cena musical com Gaston é ótima, sua química alias com Luke Evans é perfeita, ele passa a imagem de alguém que nutre um interesse pelo amigo a um bom tempo, e algumas dúvidas quanto aos seus atos, consegue ser um inteligente alivio cômico para a produção. Emma Watson consegue se destacar muito no filme com sua versão de Belle, é forte, curiosa, atrevida e muito empoderada, sabe o que quer, e é muito carinhosa com um olhar conquistador, e a atriz está lindíssima, suas cenas com seu pai Maurice (Kevin Kline) são perfeitas, tocantes e emocionantes.
A Bela e A Fera, é uma refilmagem do clássico de 1991, com detalhes glamorosos, extravagantes, conta com efeitos especiais ruins, e um elenco talentoso, uma direção irregular que não consegue fazer um filme com fluidez, mas dirige suas cenas musicais com um talento absurdo. Consegue ter bons momentos e bem divertidos, grandes musicais e um grande abraço carinhoso na sua criança interior, traz uma história de origem de uma das princesas mais amadas de todos os tempos, e dá a ela ainda mais motivos para ser respeitada, no filme acaba sendo um filme bom, divertido, emocionante em alguns momentos, mas não tem o mesmo charme da obra original.
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