Aliados - Crítica


               Aliados busca no passado, aquela formula do sucesso ao utilizar uma elaboração visual rica em detalhes, se utilizando do que há de mais moderno no grande cinema dos dias atuais, a sequência inicial da produção nos coloca dentro de uma cena de ação muito bem editada no deserto marroquino, numa riquíssima composição entre a computação gráfica e a realidade, estamos na segunda guerra mundial, mas precisamente em 1940, acompanhando um filme de espionagem.
            Max Vatan (Brad Pitt) é o protagonista da trama que parte para a cidade de Casablanca (Marrocos), a fim de encontrar uma espiã da resistência francesa, eles estão um lindo bar, onde se ouve jazz ao fundo, ele encontra Marianne Beausejour (Marion Cotillard) e acabam se envolvendo romanticamente durante essa missão, mas na volta à terra aliadas surge o indicio de que ela possa ser uma agente dupla, o filme então se mantem na relação do casal, e como lidam com o fato de uma investigação acontecer no meio de suas vidas amorosas, e as dúvidas que o personagem de Brad Pitt tem sobre o passado da mulher, esse flerte delicado da tensão de que a qualquer momento algum fato pode provar que a mulher mentiu para ele, é muito bem conduzido.
            Destaque a direção de arte que encanta nesse filme, pela precisão de detalhes buscando se aproximar o máximo possível da reconstrução daquela época, a direção de Robert Zemeckis (Forrest Gump, De Volta Para o Futuro) consegue uma bonita mistura do amor, pitadas de drama e suspensa em um filme que atravessa por todos esses gêneros de forma branda, tranquila e fluida, ele busca a força do filme no casal de protagonista, com um roteiro paciente, sem pressa de fazer as coisas acontecerem, em alguns momentos paciente demais, consegue manter uma estrutura clássica e bem elaborada.

            O diretor e o roteirista Steven Knight (Locke), fazem um filme simples com uma elegância ímpar, e finca os pés em seu arsenal cênico, eles compreendem perfeitamente quão magnetizantes os atores principais conseguem ser, e entregam performances espetaculares, Brad Pitt encarna um personagem frio, que aos poucos vai deixar se envolver pela paixão e amor que sente por sua mulher, a entrega do ator é linda, já Marion Cottilard é chover no molhado falar que a atriz está bem, ela está sempre bem, aqui ela é a figura que eleva a qualidade do filme, a atriz ganhadora de uma estatuado do Oscar por Piaff, coloca no olhar todo o mistério e delicadeza de sua personagem, ao mesmo tempo parece frágil, e forte. A sensualidade dos personagens sem vulgarizar utilizando o apelo sexual, mas induz os personagens que dentro desse turbilhão de emoções se desejam e se amam, e é mostrado de uma forma muito delicado por Zemeckis. Quando Pitt e Cotillard estão na cena não é um simples foco de cena, mas um fruto do desenvolvimento mirabolante.
            Aliados é um filme simples, resumindo é um filme de amor envolto em uma trama de investigação sobre agentes infiltrados, com uma cenografia espetacular, figurinos luxuosos, e dois protagonistas impecáveis, é uma história que não tem pressa de acontecer, mas quando acontece envolve e seduz o espectador havido pelo amor entre o homem e a mulher, não é perfeito em alguns momentos fica arrastado, mas consegue entregar um filme que entrega mais do que diz ser.



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