A Cura - Crítica



            Após o sucesso do primeiro chamado e dos bilhões arrecadados com o primeiro da franquia de sucesso Piratas do Caribe, Gore Verbinski se tornou um do diretor protegido da Disney, ganhador de Oscar por Rango, ele tinha colocado o grau de exigência para si próprio lá em cima, mas tudo que sobe desce e veio O Cavaleiro Solitário um dos maiores fracassos do Walt Disney Studios, agora após um logo hiato, período de descanso mental, e férias ele retorna com A Cura, o diretor entre em um terreno que conseguiu certo sucesso no passado mas que agora é dominado por James Wan e seu universo infinito de filmes de terror.
            A trama nos apresenta o herói um ambicioso jovem empresário de Wall Street, sedento por alçar voos mais altos Lockhart (Dane DeHann) que recebe a missão de viajar até os frios e gélidos Altos Suíços a fim de trazer de volta o CEO de sua empresa, que aparentemente perdeu o fim entre a realidade e a loucura, e se internou em uma clínica que promete a cura para tudo aquilo que o aflige a humanidade. Ao chegar no local onde diz ser uma clínica, ele se depara com um luxuoso castelo que esconde uma aura secreta, instigante e misteriosa, que é comandada pelo Dr. Volmer (Jason Isaacs), desde o primeiro momento o protagonista sente que há algo errado no local, coisas suspeitas estão acontecendo ali e começar a duvidar do que a sua própria mente está lhe mostrando.
            A Cura em nenhum momento busca ser um filme de susto fácil, ele explora o suspense psicológico de maneira enervante, inquieta, alucinante, de maneira lenta nos entregando peças de informações que alteram a realidade daquilo que vemos na tela, passamos a questionar tudo o que nos é mostrado, e todos a quem somos apresentados, a solidão do protagonista se torna a nossa solidão, a reflexão sobre o que acontece do lado de fora, vira conversa mental do personagem consigo mesmo entre o que acreditar, e em quem acreditar.
            Com uma trilha sonora impecável de Benjamin Wallfisch, que desde os primeiros instantes do filme imprime mistério à história, fugindo do que já foi ouvido, há aqui uma melancolia em suas notas, que assume um toque de ancestralidade quando os instrumentos de corda e sopro tomam conta do espaço cênico, evidenciando ao máximo o elemento mórbido da obra. Outro ponto louvável é a utilização da agua elemento natural indispensável na vida como espelho da alma, são feitos planos perfeitos representando o que há dentro e o que há fora de cada pessoa, de uma maneira delicada, poética e suave o diretor insere em nossa mente a velha máxima de que nem tudo é aquilo que parece ser.
            A última parte do filme pode se tornar um problema por se tornar piegas e cafona ao repetir coisas já vistos em produções do diretor e em filmes de terror de sucesso, nos oferecendo falsos finais que fragmentam a estrutura da trama, o espectador pode ter uma certa raiva com essa meia hora final do filme, após duas horas de uma trama envolvente, bem construído e com um elenco afiado, o filme no final que era o momento de clímax perde força, e impacto para se tornar memorável, e vira uma produção comum.
            A cura bebe na fonte de muitos filmes de terror de sucesso, como Drácula, Um Estranho no Ninho, Frankenstein, traz de volta pro jogo um diretor muito bom que havia esquecido como fazer uma filme interessante, mas ainda longe de seu melhor trabalho, consegue ser uma ótima ironia a humanidade  e desconcertantemente consegue ser bem organizado consegue encantar nos minutos inicias, envolver nos minutos que se passam, mas falha com um final sem sal, consegue ser um filme com identidade própria que não vai agradar a muitos, mas que com certeza representa uma releitura do terror cinematográfico. 


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