Você já assistiu a série The OA da Netflix? Cheia de segredo e mistérios envoltos em um material muito incomum para uma produção de televisão, não The OA não é uma serie para fazer maratona, ela é uma produção que precisa aguçar a sua experiência de imersão, assista aos poucos, deixa a história incomodar o seu inconsciente, o pano de fundo é o curioso, a verdade ou não, ilusão, imaginação, é somente fruto da sua cabeça?
Brit Marling criadora e protagonista da produção ao lado de Zal Batmanglij que já trabalharam juntos no excelente Outro Terra (se não viu veja), gostam de levantar assuntos como o insciente, a crença, a fé popular, aqui eles escolhem falar sobre as muito curiosas EQM ou Experiências de Quase Morte estuda pelo antagonista da série Hap vivido pelo ótimo Jason Isaacs, que mantem Praire personagem de Marling, e mais quatro pessoas em cativeiro, para provar que o que ele diz é verdade, essas pessoas já passaram por experiencia de quase morte antes, o vilão tem fome de curiosidade e a produção do canal de streaming te faz pensar até onde você iria para responder a pergunta que não sai da sua cabeça? Colocando a ética cientifica e na oposição da ciência versus a crença de maneira inédita, e podemos dizer da maneira mais bruta, grosseira, pesada, sem piedade, a presença deste personagem que múltipla por dez a discussão filosófica transcendental ao querer provar que não está fora de si e que as experiências de quase morte são reais, que antes de partimos para uma outra viajem astral, temos a decisão de viver mais uma vez, mas que nada vem de graça, cada vez que você retorna algo é tirado de você para equilibrar o universo mítico.
É bem possível que a maioria, o grande público estranhe, o ritmo da narrativa é lento, a trama ela se desenvolve com uma caminhada/corrida, onde você passa meia hora caminhando e nos quinze minutos finais acelera muito, ela te pega despercebido com reviravoltas que vão te irritar, com personagem muito ambíguos, não é uma fotografia bonita, ela é suja, humana, urbana, real, a maioria das cenas fica uma sensação de o que é isso? Como assim? É real? Não se assuste aos seus primeiros questionamentos, pois se pararmos mesmo para pensar e aceitarmos que alguns dos efeitos são psicodélicos demais, mas fazem um certo sentido e surpreende tentando ser algo não visto antes e contado em uma narrativa diferente, o que parece ser a grande questão da série.
A produção da Netflix desafia o espectador normal acostumado a maratonas, e desafia o espectador comum e não por ser inovadora, mas por tentar ser diferente de tudo aquilo que já foi feito, o que não se espera de um ponto de vista normal, de séries do canal de streaming em que você costuma assistir todos os episódios de uma tacada só, talvez por isso ela não agradará todo mundo, mas ele surpreende, ela incomoda, ela ataca o seu inconsciente que fica a se perguntar se é real? The OA infelizmente por querer ser muito contemplativa ao mistério deixa perguntas demais para responder, mas é um chá de santo daime para os cérebros cansados de assistir mais do mesmo.
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