Uma das series de maior sucesso no mundo e conquistou um público eclético, desde aqueles que curtem o enredo até as pessoas que se interessam pela temática pós-apocalíptica, lançada em 2010 baseado nos quadrinhos homônimos escritos por Robert Kirkman, e atualmente em sua sétima temporada, ganhou recentemente um estudo que investiga a sua construção interna e que analisa sociologicamente seus personagens e tramas. O estudo foi realizado pelo pesquisador e mestre em Ciências Sociais pela Escola de Filosofia, Letras e Cieências Humanas (EFLCH) da Unifesp, Jorge Henrique Fugimoto. O pesquisador analisou as cinco primeiras temporadas da série e intitulou o estudo de "Além da TV: um estudo sobre a série The Walking Dead".
Para o sociólogo, a ideia é descobrir as possíveis razões do tema 'zumbis' estar tão presente nas produções contemporâneas e fazer tanto sucesso, como num seriado consudimo por milhões de pessoas, como o em questão. Fugimoto usou aspectos estéticos e conceitos sociológicos para polemizar e destrinchar o assunto. "Há um forte paralelo com as produções zumbis, em especial The Walking Dead, por representarem a ruptura da sociedade, despertando no público as fantasias de sobrevivência e os sentimentos de ansiedade e desconfiança", analisa Fugimoto.
A série movimenta elementos sociais com os quais os espectadores estão familiarizados. Como fio condutor, está a representação da família burguesa: o pai, que constitui o herói e líder; a mãe, responsável pela manutenção da união entre os entes; e o filho, superprotegido e representando a inocência. Já os demais sobreviventes, com suas próprias peculiaridades, representam certos estereótipos na sociedade de origem étnica ou de origem social. "Os indivíduos se mostram inicialmente divergentes e conflituosos, unidos somente pela necessidade, sobretudo a sobrevivência. Porém, com o passar do tempo, essas diferenças começam a diminuir e há uma ligação maior entre eles", explica Fugimoto.
Para o pesquisador, embora não seja possível mensurar e apurar a correlação entre o sucesso do seriado e os anseios e desejos dos espectadores, o público embarca na história. "A audiência não se conservaria fiel a um produto com o qual não estabelecesse certa relação de reconhecimento ou afinidade", comenta. "Ainda que explore um mundo devastado, a trama do seriado aposta na busca do estabelecimento e construção de regularidades e cotidiano, de parâmetros sociais nos quais a própria audiência está inserida", analisa.
O sucesso da produção da rede americana AMC, tem muito a ver com seus personagens, pessoas que mesmo rodeados de atrocidade e monstruosidades acontecendo na frente de seus olhos, os personagens conseguem nutrir esperança por um mundo melhor, a união de pessoas que até então não se conheciam, mas tem um sentimento em comum sobreviver, características palpáveis, que se assemelham a seus espectadores em seus desejos mais ocultos e primitiva.
“Toda vida é preciosa” Morgan
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