Filmes pipoca possuem um único objetivo,
alcançar o maior numero de pessoas e satisfazer de todas as maneiras possíveis durante
sua projeção, para que então novos espectadores criem curiosidade/interesse
pelo filme em cartaz no momento, não precisa ser um gênio do cinema ou ser um
economista inteligentíssimo para fazer essa afirmação, o fato é que nessa
logica da indústria, um cineasta precisa seguir essa cartilha para a sua
concepção, algumas pitadas do que é tendência no momento do mercado cinematográfico
e atingir o emocional do publico. A nova trilogia de Planeta Dos Macacos não é
diferente, mas o que a diferencia do restante é como o longa tenta por varias vias
propor ao espectador reflexões mais profundas, através dessas determinações
inicias para que tenha um blockbuster de sucesso.
O terceiro filme dessa nova trilogia
que teve inicio em 2011, possui tudo o que um filme de sucesso precisa ter para
agradar o publico, desde um trabalho técnico impecável, até os momentos épicos que
gira em torno de toda a produção, o longa é uma obra grandiosa, em cada cena
podemos ver o valor de produção dado pela equipe, seja pelas batalhas
sensacionais ou por seu extenso elenco, mas deixa evidente o desejo de colocar
ideias nessa visível formula de sucesso, para dar ao publico uma experiência sensorial
e mental prazerosa.
Matt Reeves diretor e roteirista do
filme faz aqui o seu melhor trabalho, consegue fazer com que o seu filme seja
mais do que uma batalha empolgante, com efeitos especiais minuciosamente
cuidadosos, entre macacos e homens, mas o interessante é perceber a tentativa
constante do diretor em balancear um produto padronizado por Hollywood em uma
produção incessante e inquieta a fim de propor a quem assiste uma série de metáforas.
Essa tentativa fica perceptível logo nos primeiros segundos do filme quando o
longa através da fonte resume a trama dos dois filmes anteriores, demonstrando
um cuidado com os espectadores ocasionais que por algum motivo não viram ou
mesmo prestado a devida atenção aos demais longas da série.
O filme sente um pouco o peso de
ficar explicando através dos seus diálogos fatos que ocorrem em filmes
anteriores, mas mesmo assim não por isso se contem na hora de progredir a
narrativa da trilogia, sabemos que esse é o capitulo final de César (Andy
Serkis) e sua família, vemos as marcas das batalhas, das constantes lutas diárias
para manterem-se vivos, a preocupação de nunca acharem que estão em paz em seus
lares, os poucos homens que restam buscam encontrar e lutar com os macacos que
ainda residem nas florestas, e principalmente confirmar e matar o líder dos
macacos César. O publico mesmo diante de um filme de ficção cientifica é
convidado a ser espectador de uma guerra sem vencedor, sem justiça, sem gloria
para nenhum dos lados.
Planeta Dos Macacos: A Guerra poderia
repetir o que personagens em filmes desde os primórdios do cinema hollywoodiano
fazem, após ser atacado pelo exercito americano comandado pelo coronel (Woody
Harrelson) causa uma chacina no habitat dos macacos matando a família de César,
o ódio do líder dos macacos é palpável através dos olhos do ator Andy Serkis
que faz aqui seu melhor e mais impecável trabalho de captura de movimento, ele
não comete erros é assustador sua entrega por César, mas ao invés de fazer o
macaco sair em uma caçada pela raça que lhe criou através de violência e
vingança como motivação base, o diretor Matt Reeves inverte o padrão e faz com
que César parta em uma jornada
totalmente interior, em que aquela busca sem fim por os assassinos de sua família
faz com que surja uma reflexão sobre toda aquela situação. O primeiro terço do
filme é uma obra prima do cinema moderno consistindo em longas caminhadas que
fazem o ódio do protagonista se transforme em outro sentimento, o olhar do
personagem vai mudando através das longas caminhadas atrás das mais
insignificantes pistas, e o que realmente importa mais do que a vingança em si
são as lições que aprendemos junto aos macacos nesse caminho.
O filme possui algumas
irregularidades, como se muitas vezes possuísse mais de um filme em seu corpo,
parecendo que algumas cenas não se encaixam tão bem, ou que algumas ideias
sejam mais privilegiadas que outras, ainda que essa dissintonia seja sentida é inegável
como a segunda parte do longa é bastante interessante, César praticamente por
acaso, chega ao local do seu oponente uma base militar fortificada, liderado
apenas por esse Coronel (Harrelson) que constrói tudo aquilo através da mão-de-obra
escrava dos macacos um muro isolante gigantesco.
A metáfora é clara e ainda bastante
evidente e é inegável a sua força, César esta em um local arruinado, tentando
se agarrar a qualquer coisa que os mantenha vivo, liderados por um lunático que
alimenta a loucura dos seus iguais, dizendo ser a única cura para uma ameaça
vinda junto aos macacos, que por serem diferentes já se tornam uma ameaça, o
roteiro faz questão de se conectar com a realidade de comentar sobre a atual e
perigosa leva de lideres mundiais que alimentam a sua própria ruina com
discursos extremos e atos impensados, incapazes de enxergar qualquer conexão
com os outros povos.
Planeta
Dos Macacos: A Guerra não procura fazer em nenhum momento que a “guerra” do seu
titulo, seja a gloria de um dos lados, ou de algum dos personagens, muito pelo
contrario, diante desse cenário o que sobra para aquelas duas espécies é a sobrevivência
e não o confronto, com uma produção cinematográfica empolgante, mas em momento
algum inconsequente, e por mais que o ato final seja marcado por mais
irregularidades e soluções fáceis para simplificar a narrativa, o longa merece
a sua atenção não apenas por ser talvez o melhor blockbuster do ano até aqui,
mas pelo esforço em inserir ideias mais maduras para que o espectador tenha a
oportunidade de sair com um pensamento diferente, ou pelo menos começar a
questiona-los.




É um filme bom e muito interessante, sinto que história é boa, mas o que realmente faz a diferença é a participação de Judy Greer neste filme. Eu a vi recentemente em a 15h17 trem para paris filme, você viu? A participação da atriz foi fundamental. Adorei, pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende. A historia está bem estruturada, o final é o melhor! Sem dúvida o veria novamente, se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo. Cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção.
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